As primeiras operações ocorreram no dia 29 de janeiro, conduzidas pela empresa Tradener, que utiliza usinas termelétricas localizadas nas regiões Sul e Nordeste. Divulgação/Tradener
Exportações
Brasil retoma exportação de energia para a Argentina
Usinas termelétricas envolvidas na operação ficam nas regiões Sul e Nordeste
Nesta semana, o Brasil retomou as exportações de energia elétrica para a Argentina. As primeiras operações ocorreram no dia 29 de janeiro, conduzidas pela empresa Tradener, que utiliza usinas termelétricas localizadas nas regiões Sul e Nordeste. Inicialmente, foram exportados 325 megawatts médios e, no dia seguinte, terça-feira (30), uma nova remessa foi enviada, totalizando 692 megawatts médios.
O governo afirma que essa prática, alinhada à Portaria nº 418/GM/MME de 2019, não compromete a segurança do Sistema Interligado Nacional (SIN) e que a ação segue diretrizes de política pública visando otimizar recursos energéticos, reduzir custos e fortalecer relações bilaterais.
Inclusive, com o aumento da produção energética no Brasil impulsionado pelas chuvas nas hidrelétricas, empresas como a Tradener têm se destacado ao explorar a oportunidade de exportar energia para países vizinhos.
Apesar da retomada das exportações térmicas, a venda de energia hidrelétrica permanece vedada, seguindo as diretrizes do Ministério de Minas e Energia (MME). Essa medida tem como objetivo a preservação da segurança energética nacional.
A comercializadora de energia Tradener, que também atende o Uruguai, afirmou que os envios para a Argentina são provenientes de usinas termelétricas em contrato interruptível, sem comprometer a segurança do fornecimento elétrico nacional.
O presidente da Tradener, Walfrido Ávila, espera, nos próximos dias, um despacho do Operador Nacional do Sistema Elétrico para aumentar o envio. Inicialmente, serão fornecidos cerca de 900 MWmed/d (megawatts médios por dia), que deverá aumentar para até 1.200 MWmed/d.
A energia térmica gerada a gás e carvão está sendo entregue por meio da Cammesa, estatal argentina responsável pela gestão da energia no país. Os preços dos despachos não foram divulgados.
Em 2023, a exportação de energia rendeu mais de 2 bilhões de divisas para o Brasil, conforme afirmou o CEO da Tradener. Quanto à especulação sobre a exportação de energia de hidrelétricas este ano, Walfrido expressa ceticismo, destacando que isso dependeria da convergência de diversos fatores, incluindo o nível de água nos reservatórios e um aumento na demanda da Argentina por energia.
Conforme noticiado pelo jornal BE News, o presidente da Argentina, Javier Milei, anunciou oficialmente no último sábado, 27, a demissão do ministro da Infraestrutura, Guillermo Ferraro, menos de 2 meses após assumir o cargo. A pasta será extinta e transformada em uma secretaria do Ministério da Economia, chefiado por Luis Caputo.