O encontro de Mauro Vieira com Diana Mondino, no Palácio do Itamaraty, foi visto como uma tentativa de amenizar a tensão após a eleição do presidente argentino Javier Milei (Foto: Márcio Batista/MRE)
Nacional
Brasil volta a analisar importação de gás produzido na Argentina
Chanceler brasileiro se encontrou com a ministra das Relações Exteriores do país vizinho
O Brasil retomou as análises de importação do gás de xisto produzido na reserva de Vaca Muerta, na Argentina. A ministra das Relações Exteriores da Argentina, Diana Mondino, se reuniu na segunda-feira, dia 15, com o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, no Palácio do Itamaraty e discutiu o assunto. Segundo ela, há “um alinhamento de interesses”.
“Tudo isso é interesse mútuo. A produção está na Argentina e a necessidade, no Brasil. A produção alcança nossa necessidade própria e mais a do Brasil”, afirmou Mondino em conversa com jornalistas no Ministério de Relações Exteriores.
As conversas sobre o assunto foram iniciadas durante o governo do presidente Alberto Fernández em novembro do ano passado, mas a relação do Brasil com o país vizinho esfriou após a vitória e posse de Javier Milei nas eleições de 2023. O encontro de segunda-feira entre Diana Mondino e Mauro Vieira foi visto como uma tentativa de apaziguar o vínculo entre os países.
A ministra também afirmou aos jornalistas que a principal mensagem que gostaria de transmitir é a “certeza da centralidade e relevância que o Brasil tem para a Argentina”. O ministro Mauro Vieira também afirmou que os dois países desejam ampliar a aliança estratégica e histórica que existe entre os governos.
Há um mês, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, havia afirmado que o Governo Federal planeja importar o gás natural da Argentina. “Com as potencialidades que temos tanto com a indústria do gás offshore (no mar) como no onshore (em terra), temos que discutir a oferta de gás. Nós estamos discutindo agora, por exemplo, pois não podemos fechar a porta para nenhuma possibilidade, a utilização do gasoduto da Bolívia para ver se a gente consegue ampliar a oferta trazendo gás de Vaca Muerta”.
A afirmação foi feita durante participação no 42º CERAWeek, evento anual do setor de energia realizado em Houston, nos Estados Unidos. Os estudos para importar o gás estão sendo feitos pela Petrobras. A ideia é utilizar o Gasbol – gasoduto Brasil-Bolívia, por ser uma estrutura já existente, mas o empreendimento depende de um acordo entre os três países: Brasil, Argentina e Bolívia.