A transação foi assessorada pelo Bank of America no Brasil. A VLI opera 4.800 km de ferrovias, oito terminais de transbordo e seis terminais portuários. Foto: Divulgação
Ferrovias
Brookfield conclui operação e passar a ser maior acionista da VLI
Gestora passa a ter 36,5% de participação no negócio, que ocorre em meio a discussões da renovação da Ferrovia Centro Atlântica
A canadense Brookfield concluiu a transação de compra de 10% de ações da companhia ferroviária VLI e se tornou a maior sócia da empresa. As informações foram divulgadas pelo Jornal Valor Econômico.
Com a conclusão, a empresa passou a deter 36,5% de participação no negócio. Em seguida, vem a Vale (com 29,6%), o FI-FGTS (15,9%), a Mitsui (que permanece com 10% das ações) e o BNDESPar (8%).
A operação ocorre em meio às discussões sobre a renovação antecipada da Ferrovia Centro Atlântica (FCA), que é o principal contrato da VLI – principal eixo de integração entre as regiões Sudeste, Nordeste e Centro-oeste. De acordo com fontes ouvidas pelo jornal, a decisão da Brookfield de aumentar sua participação no negócio foi motivada pela perspectiva de um acordo com o governo para prorrogar a concessão. No entanto, até agora, não houve uma formalização da renovação antecipada, que tem sido alvo de diversas disputas desde o governo anterior devido aos investimentos planejados no aditivo.
A transação foi assessorada pelo Bank of America no Brasil. A VLI opera 4.800 km de ferrovias, oito terminais de transbordo e seis terminais portuários, segundo a Brookfield.
A Mitsui havia pedido o processo de abertura para uma oferta inicial de ações (IPO, em inglês), neste mês, mas a Brookfield fez uma proposta de compra da participação.
Segundo o Valor Econômico, informações do mercado dão conta de que a Mitsui está planejando outros rumos de investimento e tenha negociado o preço que conta dos livros do FI-FGTS, que também é acionista da VLI, de R$ 1,8 bilhão pelos 10%. Foi apurado que o preço de venda da fatia ficou entre R$ 1,8 bilhão e R$ 2 bilhões.
Agora, a Brookfield é oficialmente dona de 36,5% da VLI. No ano passado chegou a iniciar um processo de venda de sua participação, contratando o Citi para buscar interessados. A empresa investe na VLI desde 2014.
Segundo comunicado da Brookfield, desde então, a empresa melhorou seus “serviços de exportação, aumentando sua capacidade de escoamento em 5 vezes e reduzindo o tempo de pesagem e carregamento em 80%”.
Segundo fontes de mercado, a Brookfield teria feito a leitura de que o preço de venda proposto pela Mitsui seria atrativo porque o ativo total tem um valor de R$ 30 bilhões – contra os R$ 18 bilhões que estão marcados nos livros do FI-FGTS.
A Vale possui ainda 29,6% da VLI . O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) também é acionista.