Os portêineres foram fabricados pela chinesa ZPMC, que realizará o desembarque dos equipamentos para a área de cais. A expectativa é que eles entrem em operação em 2025. Foto: Cássio Lyra/BE News
Porto de Santos
BTP recebe dois portêineres para atuar com navios de 366 m
Novos equipamentos fazem parte do ciclo de investimentos de R$ 1,9 bilhão da empresa
A Brasil Terminal Portuário (BTP), terminal de contêineres da margem direita do Porto de Santos (SP), recebeu nesta quinta-feira, 7 de novembro, os dois novos portêineres que vão fazer parte da frota da empresa a partir do ano que vem. Os equipamentos, mais modernos e totalmente eletrificados, vão ser importantes para atuar nas operações dos navios New Panamax, de 366 metros.
Os equipamentos foram transportados pelo navio Zhen Hua 15, que saiu do Porto de Xangai, na China, e chegou ao Porto de Santos no dia 4 de novembro. A atracação no terminal da BTP ocorreu às 11h30 desta quinta-feira.
Os portêineres, também conhecidos como STS (ship to shore), são equipamentos logísticos que agilizam a movimentação de contêineres do navio para o pátio, e vice-versa. Atualmente, a BTP possui uma frota de oito portêineres. Agora, o cais da BTP passa a ter um aumento de 25% na quantidade de equipamentos de cais.
Segundo o diretor de operações da BTP, Ricardo Trotti, a chegada dos portêineres representa o início do ciclo de investimentos previstos pela empresa que foram acordados e anunciados após a renovação do contrato de arrendamento da área, realizado no ano passado. O novo vínculo foi firmado com o Porto de Santos até 2047.
“É o início de uma série de investimentos que vão ser feitos na BTP. São dois STS que vão compor o investimento total de aproximadamente R$ 1,9 bilhão para toda a extensão do arrendamento. Os equipamentos vão ajudar na operação de navios que já vem com grande capacidade, uma altura excessiva, e que muitas vezes acabam ocasionando problemas de segurança para a operação. Ideia nossa é iniciar uma nova BTP, que vai trazer mais equipamentos, todos eletrificados, com sustentabilidade, para gerar mais empregos para toda comunidade santista”, comentou.
Os portêineres foram fabricados pela empresa chinesa ZPMC, que realizará o desembarque dos equipamentos para a área de cais. A expectativa é que eles entrem em operação no ano que vem.
“Toda a operação de descarga será feita pela equipe da ZPMC, o que deve levar aproximadamente uns sete dias, de tirar do navio até a área costeira. Após isso, teremos processos de condicionamento, levantar as lanças, trabalhar na parte de ajustes do sistema, isso leva aproximadamente três meses, que é quando a gente espera começar em fevereiro a trabalhar com os STS a todo o vapor. Um total de dez STS operando em três berços”, explica.
Ainda dentro do ciclo de investimentos anunciados, a BTP realizará a compra de mais dois portêineres eletrificados, que aumentarão a frota de equipamentos para 12, previstos para chegarem em 2027.
Além disso, está prevista a aquisição de 53 RTGs (guindastes móveis sobre pneus) também eletrificados, que, gradativamente, vão substituir os veículos que são movidos a diesel.
Os novos equipamentos também fazem parte do planejamento do terminal em se tornar carbono zero a partir de 2030.
“A BTP já está na frente de qualquer terminal em Santos, no Brasil e quiçá na América do Sul. Vamos ficar ainda mais na frente. É por isso que estamos antecipando tudo aquilo que desejamos para 2030 para estarmos aptos a operar com todo vapor para exportação, que é um mercado que vem crescendo, e na expectativa de poder crescer ainda mais”, comentou Trotti.
Operação
Os portêineres possuem 94 metros de altura, o equivalente a um prédio de 30 andares. O transporte pelo canal do Porto de Santos envolveu a Autoridade Portuária, Capitania dos Portos e Praticagem, que fizeram análises em relação à manobra, levando em consideração as condições do tempo e a maré favorável.
De acordo com a Praticagem, o principal desafio foi o calado aéreo, distância da linha d’água até o ponto mais alto, que neste caso é o chamado linhão, torre com cabos elétricos que fornece energia para a sede da Autoridade Portuária e de alguns terminais.
“A distância da linha d’águas até os fios é de 70,5 metros. O navio entrou no canal com 68 metros de altura, ou seja, uma folga de dois metros. Por isso, o horário de entrada dele foi bem calculado. Os práticos tiveram de fazer a navegação bastante precisa para justamente garantir essa folga para que o navio pudesse chegar ao terminal com segurança”, disse o gerente de operações da Praticagem de Santos, Viriato Geraldes.