O aeronave partiu de Baku, no Azerbaijão, com destino a Grozny, na Chechênia, ao sul da Rússia, mas desviou da rota planejada antes de cair no lado oposto do Mar Cáspio. Foto: Divulgação/Ministério das Emergências do Cazaquistão
Internacional
Caixas-pretas de avião que caiu no Cazaquistão serão analisadas no Brasil
Com dados técnicos e gravações de áudio, dispositivos serão examinados pelo Cenipa em Brasília com apoio de especialistas estrangeiros
Chegam a Brasília nesta terça-feira, dia 31, as caixas-pretas do avião fabricado pela Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer) que caiu no último dia 25 próximo à cidade de Aktau, no Cazaquistão. O modelo E190, pertencente à Azerbaijan Airlines, transportava 67 pessoas, incluindo cinco tripulantes. O voo partiu de Baku, no Azerbaijão, com destino a Grozny, na Chechênia, ao sul da Rússia, mas desviou da rota planejada antes de cair no lado oposto do Mar Cáspio.
Em nota divulgada pela Força Aérea Brasileira (FAB) na segunda-feira (30), foi informado que as caixas-pretas serão avaliadas no Laboratório de Leitura e Análise de Dados de Gravadores de Voo (Labdata), vinculado ao Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), em Brasília. O órgão, responsável pela apuração de acidentes aeronáuticos no Brasil, não divulgou o horário de chegada do material.
Serão analisados os gravadores de voo, conhecidos como Cockpit Voice and Flight Data Recorder (CVFDR). São dispositivos considerados essenciais em investigações de acidentes aéreos. Eles armazenam informações sobre o voo, como gravações de áudio das conversas entre pilotos na cabine e dados técnicos, incluindo velocidade, altitude, trajetória e funcionamento dos sistemas da aeronave. Essa combinação de informações permite reconstituir os momentos que antecederam o acidente, auxiliando na identificação de suas causas.
Especialistas
Como representante brasileiro acreditado para aeronaves Embraer, o Cenipa contará com o apoio de nove especialistas internacionais, sendo três do Cazaquistão, três do Azerbaijão e três da Rússia. Esses investigadores acompanharão o processo de degravação dos dados, que seguirá os protocolos internacionais previstos na Convenção sobre Aviação Civil Internacional.
Relatórios preliminares de agências internacionais indicam que a aeronave pode ter sido atingida por sistemas de defesa antiaérea da Rússia, acionados para conter ataques de drones ucranianos. Essa possibilidade será analisada em detalhe ao longo da investigação.
A FAB destacou que “ao término dos trabalhos, os dados extraídos serão entregues à Autoridade de Investigação de Acidentes Aeronáuticos do Cazaquistão, agência responsável pela análise e investigação do acidente em pauta, conforme os protocolos internacionais de investigação de acidentes aeronáuticos”.