A Doca de Pedrouços receberá o Shared Ocean Lab, um hub que reunirá startups voltadas à pesquisa e inovação relacionadas ao mar e à Economia AzulCrédito: Divulgação
Portugal
Câmara e Porto de Lisboa assinam contrato para hub de Economia Azul
Local reunirá empresas voltadas à pesquisa e inovação relacionadas com o mar
A Câmara e o Porto de Lisboa, em Portugal, assinaram ontem (30) um contrato de concessão para a instalação, na Doca de Pedrouços, do Shared Ocean Lab, um hub que reunirá startups voltadas à pesquisa e inovação relacionadas ao mar e à Economia Azul, que é o uso sustentável dos recursos proporcionados pelos oceanos.
A ideia é que o espaço promova a colaboração e a interação multidisciplinar entre as atividades empresariais, os empreendedores e o conhecimento científico que podem potencializar o desenvolvimento da economia azul.
A cerimônia protocolar decorreu a bordo da embarcação Seagull e contou com a presença do ministro das Infraestruturas, João Galamba, do presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, e do presidente da Administração do Porto de Lisboa, Carlos Correia.
“É um dia em que lançamos aquilo que é a visão de Lisboa no concreto, essa cidade da inovação, das empresas, na área do mar, dos oceanos. São 7.500 metros quadrados onde vamos ter cientistas e empresas a criar valor”, afirmou o presidente da Câmara de Lisboa.
Através do Plano de Recuperação e Resiliência, serão investidos 31 milhões de euros na reabilitação do espaço e na instalação do projeto. Estão previstos ainda mais 26 milhões de euros pelo aluguel da área. Segundo a proposta aprovada pela câmara, o contrato prevê o uso da área por um prazo de 75 anos.
Apelidado por Carlos Moedas como “Hub dos Futuros Unicórnios do Mar”, o projeto pretende ser “uma infraestrutura com capacidade de cimentar e potenciar uma economia azul sustentável e circular, que contribua para robustecer um ecossistema altamente inovador e empreendedor”.
A intenção é promover atividades de investigação, inovação e testagem de novas ideias, pensando na criação de condições ideais para novas soluções e novos negócios.
“É para nós um dia extremamente importante. Agora vamos ter aqui uma ‘fábrica de unicórnios do mar’, onde vamos ter todas estas empresas que se vão desenvolver e Lisboa tornar-se esse centro de inovação”, declarou Carlos Moedas.
Uma das vantagens em ter o hub instalado na Doca de Pedrouços é que a região é vizinha às fundações Champalimaud e Gulbenkian. No fim do ano passado, as duas instituições anunciaram que pretendem montar ali centros de investigação ligados à neurociência, inteligência artificial e aos impactos das alterações climáticas na saúde.
A ideia é aproveitar a investigação e o conhecimento científico que será produzido e transportá-lo para o mundo empresarial. O hub tem ainda como parceiros a Universidade de Lisboa, a DocaPesca, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) e o Fórum Oceano.
Para Moedas, a iniciativa pode corrigir um “problema persistente” em sua visão: a falta de ligação entre quem estuda ciências e investigação às startups e, em seguida, das startups às empresas já estabelecidas.