Depois de 50 mil quilômetros rodados, o laudo produzido pela Cotrasa, concessionária Scania em Curitiba, no Paraná, mostrou que o B100 polui menos e economiza mais. Foto: Divulgação
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Caminhão movido a biodiesel tem economia depois de rodar por seis meses
Em relação aos modelos a diesel comum, seu desempenho economizou 2,23% de combustível e poluiu 95% menos
Após seis meses rodando pelo país, uma carreta Scania B100, com carregamento médio de 47 toneladas e movida 100% a biodiesel, economizou 2,23% em relação aos modelos a diesel comum e fez metade das manutenções programadas na comparação com os veículos movidos ao combustível poluente. A carreta emite 95% menos gases poluentes que o “irmão” a diesel.
Os dados foram apresentados pelo Grupo Potencial, que mantém o veículo, durante o Fórum de Biodiesel da Ubrabio na Fenagra 2024. “Tecnicamente, a manutenção programada manteve-se para cada 30.000 km com maiores intervenções para troca de filtro de combustível a cada 15.000 km, porém com o custo menor”, explica o vice-presidente da empresa, Carlos Eduardo Hammerschmidt.
Depois de 50 mil quilômetros rodados, o laudo produzido pela Cotrasa, concessionária Scania em Curitiba, no Paraná, mostrou que o B100 polui menos, economiza mais e tem um rendimento exatamente igual aos caminhões convencionais. O parecer técnico é endossado pela própria montadora Scania.
“O biodiesel não só é um combustível seguro, como proporciona maior economia no consumo de combustível e manutenção, como também garante uma redução de quase 100% na emissão de gases poluentes. O processo é homologado pela engenharia da Scania e ficou provado que não altera o funcionamento, torque e desempenho do veículo”, disse Hammerschmidt.
O B100 é o primeiro caminhão do Brasil convertido de ciclo diesel B-13 para B-100. O caminhão, de fabricação de 2019, passou por uma conversão, realizada pela própria concessionária em conjunto com a fabricante Scania. O investimento foi de pouco mais de R$20 mil.
Os novos caminhões funcionam de maneira semelhante aos carros com motor flex, ou seja, podem operar tanto com biodiesel quanto com diesel comum, assim como com qualquer mistura dos dois combustíveis em qualquer proporção.
“O projeto todo representa um investimento superior a R$ 26,4 milhões e contempla a aquisição de 24 novos modelos que também poderão ser convertidos para a utilização do biocombustível”, conclui o vice-presidente.
Biodiesel
O biodiesel é um combustível renovável e biodegradável, geralmente obtido a partir da reação química de lipídios, óleos ou gorduras de origem animal ou vegetal com um álcool na presença de um catalisador, processo conhecido como transesterificação. Através da fermentação de açúcares, é produzido o biodiesel.
Projetado para ser usado em motores diesel padrão, sem a necessidade de modificações, o biodiesel se diferencia dos óleos vegetais e seus resíduos, que são utilizados em motores diesel convertidos. Ele pode substituir total ou parcialmente o óleo diesel derivado de petróleo em motores ciclo diesel de caminhões, tratores, camionetas, automóveis, entre outros, ou em motores estacionários, como geradores de eletricidade e calor.
O biodiesel pode ser usado puro ou misturado ao petrodiesel, conhecido simplesmente como diesel, em diversas proporções.