O objetivo da APDL com a implantação do sistema NAVIS N4 era melhorar em curto e médio prazo a eficiência operacional do Porto de Leixões (Crédito: Divulgação)
Portugal
Caminhoneiros param operações no Porto de Leixões até amanhã
Motivo é falta de compensação financeira pelo tempo de espera no porto, que aumentou após implementação de novo sistema
Caminhoneiros que operam no Porto de Leixões, em Portugal, iniciaram uma paralisação ontem (22) devido ao tempo de espera para carregar ou descarregar cargas, que aumentou após a implementação de um novo sistema de gestão operacional pela APDL, Autoridade Portuária que administra o complexo. Inicialmente, a greve deve seguir até amanhã (24).
O grupo de protesto é formado por 50 empresas que representam mais de 650 caminhoneiros que entram e saem do porto diariamente e que apontaram uma demora de 3 a 4 horas para realizarem as operações, chegando a 7 horas em “dias extremos”, explicou Paulo Paiva, porta-voz do grupo.
De acordo com ele, os atrasos têm causado prejuízos aos transportadores, que pedem compensações financeiras à APDL. Sem acordo com a administração portuária, a greve foi iniciada.
“Mesmo com os esforços que a APDL canalizou para a resolução desta situação, em sede negocial, não foi possível alcançar o consenso”, diz um trecho do comunicado emitido pela Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo.
O sistema citado é o NAVIS N4, que começou a ser implementado no mês passado, em um processo de transição que a APDL acreditava, até então, que seria tranquilo. O objetivo é que o novo sistema melhore, em curto e médio prazo, a eficiência operacional do terminal, além de oferecer novas funcionalidades, novos serviços e mais transparência de toda a atividade operacional do terminal aos stakeholders.
Na última sexta-feira (17), quando a movimentação que indicava greve começou, a Autoridade Portuária afirmou que o software é o mais utilizado em todo o mundo e que os tempos de espera já estavam sendo normalizados.
“O novo sistema prevê um aumento da eficiência que vai acontecer em breve”, disse a APDL, explicando que a entrada em vigor do software “tem necessariamente um período de adaptação, quer do sistema quer dos recursos humanos” que estão lidando com a nova ferramenta.
Já na quarta-feira (22), a administração portuária disse ser “evidente a acentuada tendência para a normalização dos tempos de entrada e saída do porto”.
Ainda em comunicado, a APDL garantiu estar empenhada em resolver os problemas do setor rodoviário “tendo, para tal, reunido com todas as entidades competentes no sentido de obter o necessário consenso para a desmobilização da paragem destes transportadores”, mas sem sucesso.
“A APDL mantém a disponibilidade para dialogar com todos os agentes”, conclui a nota.