A cerimônia de assinatura dos memorandos contou com a presença da governadora do Ceará, Izolda Cela Crédito: Divulgação/Governo do Estado
Região Nordeste
Ceará assina mais dois memorandos de entendimento sobre energia renovável
Alupar tem interesse na produção de hidrogênio verde em Pecém e Goldwind quer desenvolver um cluster no Estado
O governo do Ceará assinou mais dois memorandos de entendimento relacionados à produção de hidrogênio verde e energia eólica. No total, são 24 documentos ligados ao projeto de tornar o Ceará o principal produtor de energia renovável do país. Os memorandos foram assinados no dia 26 de outubro com a empresa Alupar, interessada na produção de hidrogênio verde (H2V) no Porto de Pecém, e a chinesa Goldwind, fabricante de maquinário para energia eólica.
A Alupar tem interesse em desenvolver um projeto de cadeia produtiva do hidrogênio verde, incluindo uma avaliação da participação em pool de armazenamento de amônia e de utilidades, a ser desenvolvido e implantado no futuro Hub de H2V previsto para o Porto do Pecém.
“Nós já temos investimentos no Ceará e temos a intenção de participar dessa produção de hidrogênio verde. Também estamos estudando a parte de offshore”, disse João Greco, Diretor Técnico de Transmissores da empresa.
Greco destacou que o Ceará foi o primeiro estado a ter uma regulamentação ambiental para o offshore. “Hoje, sabemos que o Ceará tem um grande potencial, então não queremos ficar de fora desse desenvolvimento”, concluiu.
A Alupar e suas subsidiárias possuem experiência em desenvolvimento de projetos de produção de energias limpas, atuando no estado do Ceará com uma planta em operação de geração de energia eólica com capacidade instalada de 98 MW, e uma planta em implantação, de energia fotovoltaica, com capacidade de geração de 47,25 MW.
Já a Goldwind quer produzir equipamentos utilizados na produção de energia de fonte eólica e, com isso, desenvolver um cluster de produção de maquinários eólicos, além da implantação de uma planta industrial no Estado do Ceará.
O investimento orçado para a fábrica de turbinas eólicas é de R$ 150 milhões, com expectativa de gerar 250 empregos diretos.
O diretor geral da Goldwind no Brasil, José Eduardo Teixeira de Carvalho Filho, se disse otimista quanto ao cenário da energia renovável nos próximos anos.
“Nós temos acompanhado o mercado offshore e todos os movimentos, inclusive a regulamentação desse mercado e empresas, principalmente no que dá suporte ao programa de hidrogênio verde e energia limpa. Com isso, temos expectativas de se tornar viável”, comentou José Eduardo.
A cerimônia de assinatura dos memorandos contou com a presença da governadora do Estado, Izolda Cela. “Nós sentimos a responsabilidade que esse é um momento muito importante para o Ceará, quando o estado está dando passos e elevando o seu patamar de presença, sempre nessa ideia de desenvolvimento sustentável e que represente também coisas boas para a população”, discursou Izolda.
Também presente na reunião, o secretário estadual do Desenvolvimento Econômico e Trabalho do Ceará (Sedet), Maia Júnior, destacou a importância desse ato de assinatura para os próximos anos no Estado.
“Hoje se tem uma convicção muito grande de que o Ceará vai realizar esses projetos e cumprir o desafio, em até menos de 10 anos, que é se consolidar em um dos principais locais do mundo em produção de energias renováveis e produção de hidrogênio verde”, disse o secretário.
Memorandos
O governo do Ceará já tinha assinado 22 documentos relacionados a projetos de energias renováveis de janeiro a agosto deste ano.
“Nós temos área em Pecém pronta para expandir, se necessário; temos a ZPE Ceará; temos três siderúrgicas; ou seja, esse elenco de predicados nos credencia de uma forma diferente”. enfatizou o titular da Sedet.
Estiveram presentes ainda o secretário da Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Carlos Décimo; Eliana Estrela, secretária da Educação; o titular da Secretaria da Infraestrutura, Lúcio Gomes; Artur Bruno, secretário do Meio Ambiente; o secretário dos Recursos Hídricos, Francisco Teixeira; e Jorge Francisco Manica Pires, diretor técnico das geradoras da Alupar Investimento SA.