Cecafé: Brasil exportou 50 milhões de sacas de café em 2024

Maior exportador do mundo, país registra alta histórica no volume e no preço médio das sacas

O Brasil exportou 50,4 milhões de sacas de café no ano passado. O aumento passa de 28% na comparação com 2023. Foi o melhor resultado da história. No ano anterior, o total de sacas exportadas não chegou a 40 milhões.

As vendas de café tipo arábica dominaram uma pauta. Foram 36,9 milhões de sacas. Isso representou 73% do total. O café tipo robusta representou 18,5%. Depois vieram os industrializados. O café torrado e moído representou 8% e o solúvel, apenas 0,1%.

O preço médio do café também subiu e fechou o ano custando US$ 248 a saca de 60 quilos. Esse é o valor mais alto já registrado, com aumento de 20% na comparação com o ano anterior. Isso fez o valor total de exportações chegar a mais de US$ 12 bilhões.

“Se por um lado, a alta de preços produz uma redução de consumo, ela estimula a produção e nisso o mercado acaba se ajustando. Nós estamos vivendo num momento em que os acidentes climáticos, esses sim, são mais preocupantes do que as eventuais altas de preços. Se nós conseguirmos ter um período de um pouco mais de tranquilidade para a captura mundial de produção, certamente nós continuaremos vendo crescimento”, disse o presidente do Conselho dos Exportadores de  Café (Cecafé), Márcio Ferreira.

O Porto de Santos (SP) segue como o principal nas exportações do café brasileiro, com 68% de participação. No total, mais de 34 milhões de sacas saíram pelo cais santista em 2024. Em segundo lugar, ficou o Porto do Rio de Janeiro, seguido por Itaguaí (RJ) e o Porto de Vitória (ES).

Durante entrevista coletiva, no final da tarde de quarta-feira (15), o diretor-geral do Cecafé, Marcos Matos, disse que o volume de exportação poderia ser ainda mais alto, se não fossem os gargalos logísticos. “Hoje nós temos 1,6 milhão de sacas paradas nos portos por conta de 66% de atrasos de navios. Mais de 200 embarcações apresentaram alterações de escala. Isso é muito expressivo para todos os portos de Santos. O agro brasileiro precisa continuar a crescer. Então, quando a gente olha os números, a gente tem que olhar com essa visão mais de preocupação, porque é um crescimento, dá certo e a infraestrutura, ela é restrita e ela se esgota ao longo dos anos.

Os Estados Unidos foram o principal destino dos cafés do Brasil, com a importação de 8,131 milhões de sacas, o que equivale a 16,1% de todas as exportações e implica crescimento de 34% na comparação com 2023. A Alemanha, com 15% de representatividade, adquiriu 7,590 milhões de sacas, e ocupou o segundo lugar. Na sequência vieram a Bélgica (4,348 milhões de sacas), Itália (3,914 milhões) e Japão (2,211 milhões de sacas).