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Itajaí vive a expectativa pela retomada da operação e movimentação de contêineres no complexo portuário (Foto: Reprodução)

Região Sul

CEO da Mada Araujo confirma proposta da JBS no Porto de Itajaí

8 de maio de 2024 às 17:10
Júnior Batista Enviar e-mail para o Autor

Conforme apurado pelo BE News, a negociação da concessão do cais catarinense será definida até sexta-feira (10)

O CEO da Mada Araujo Assetement Management Ltda. confirmou que recebeu propostas de interessados em assumir o controle do Porto de Itajaí (SC), entre eles a multinacional brasileira JBS. A informação foi publicada pela colunista Dagmara Spautz no NSC Total.

Conforme o BE News apurou com fontes e autoridades envolvidas diretamente na negociação, o Grupo JBS, maior produtor global de alimentos, negocia a concessão de um dos principais portos do Brasil. A estratégia envolve a compra de cotas da gestora de ativos de projetos financeiros e de infraestrutura que venceu a licitação para o arrendamento transitório – por 24 meses, prazo que pode ser prorrogado – do complexo marítimo no ano passado.

“O porto de Itajaí é muito cobiçado e tem vários grupos interessados, mas nada ainda confirmado. Seguimos trabalhando, o PDI (plano de ação) foi aprovado e o procedimento de alfandegamento está sendo concluído”, disse o CEO à coluna.

O objetivo da multinacional, conforme apurou a reportagem, é assumir a operação da área de contêineres do porto catarinense, garantindo o escoamento de sua produção de carnes para o exterior. A negociação, intensificada nos últimos dois meses, deve ser definida até a próxima sexta-feira, dia 10, quando se espera que a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq, o órgão regulador do setor) se manifeste positivamente em relação à negociação.

Há algumas semanas, a Antaq foi questionada pela Mada Araújo a respeito da transferência de suas próprias cotas. A empresa assumiu o porto no início do ano, mas ainda não retomou suas atividades.

Segundo fontes ouvidas pelo BE News, o Grupo JBS está realizando essa negociação através de sua subsidiária Seara, que controla o terminal portuário Braskarne, localizado na zona primária o Porto de Itajaí. Nessa transação, a multinacional conta com a parceria da armadora francesa CMA CGM, que vem buscando ampliar sua presença na gestão de terminais portuários brasileiros – atualmente, ela opera o Terminal de Contêineres do Porto de Fortaleza (CE).

Especialistas que acompanham a negociação informaram que as tratativas ocorrem de forma sigilosa. Mas elas já estão sendo acompanhadas pela equipe do Ministério de Portos e Aeroportos. Para o Governo, é uma forma de garantir a retomada das operações em Itajaí, interrompidas há mais de um ano e meio, quando terminou o contrato de concessão da área de contêineres do porto com a APM Terminals, do Grupo Maersk.

Na tarde de ontem, no Congresso Nacional, a informação era de que, se a JBS assumir a operação de Itajaí, o complexo volte a receber navios entre os próximos meses de julho e agosto.

Os valores a serem oferecidos pelo Grupo JBS à Mada Araújo não foram revelados. A multinacional, que opera no processamento de carnes bovina, suína, ovina, de frango, de peixe e plant-based, além de atuar na produção de couros, conta com cerca de 250 mil colaboradores e 500 unidades (entre fábricas e escritórios) em mais de 20 países, em cinco continentes. E atende mais de 275 mil clientes em aproximadamente 190 países.

Até o momento, a administração do Porto do Itajaí não comenta a negociação. A Antaq informou, em nota, que “não recebeu a referida comunicação”.

Histórico

O Porto de Itajaí (SC) é o principal do sul do Estado e o segundo maior do País em movimentação de contêineres. Os principais produtos exportados são madeira, pisos cerâmicos, máquinas, açúcar, papel e fumo, e os principais produtos importados são trigo, produtos químicos, motores, têxteis, papel e pisos cerâmicos.

O cais está sem movimentação desde janeiro de 2023. A APM Terminals deixou a administração do local após o encerramento de seu contrato, em dezembro de 2022. Desde então, ele segue inoperante. O Governo chegou a fazer uma licitação para um arrendamento transitório, processo vencido pela Mada e que permite que ela explore o porto até 2025 – nesse período, a União quer fazer um leilão para o arrendamento definitivo.

A concessão definitiva será feita por 35 anos. No último dia 23 de abril, foi feita uma audiência pública pela Antaq. Segundo o órgão, a previsão é que o edital seja lançado ainda neste ano, com leilão previsto para janeiro de 2025.

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