Chuva volta a alagar bairros de Porto Alegre e aulas são suspensas

Número de vítimas fatais das enchentes no Rio Grande do Sul chega a 163

A chuva voltou a alagar ruas e avenidas de vários bairros de Porto Alegre (RS) na quinta-feira, dia 23. De acordo com o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), a Zona Sul da capital recebeu mais de 100 milímetros de chuva em apenas 15 horas.

Em diversos bairros, a água subiu pelos bueiros, alagando áreas que ainda não tinham sido afetadas. Maurício Loss, diretor do Departamento Municipal de Água e Esgoto (DMAE), negou que tenha ocorrido um “colapso” no sistema de drenagem da cidade. Loss explicou que o barro trazido pelas enchentes recentes secou, obstruindo as galerias pluviais responsáveis pelo escoamento da água da chuva. “Há um grande acúmulo de areia e lodo nessas redes, diminuindo ainda mais sua eficiência”.

O órgão também atribuiu os alagamentos ao elevado volume de chuva, ao acúmulo de lixo nas ruas e redes pluviais e a problemas no funcionamento das casas de bombeamento – apenas 10 das 23 estações estão operando, segundo Loss – o que dificultou o escoamento da água, causando transbordamentos.

Mesmo com os impactos em grande parte da cidade, o prefeito Sebastião Melo (MDB) afirmou que a chuva não pegou o município de surpresa. “A Prefeitura não foi pega de surpresa, nós sabíamos que ia chover. Mas a quantidade de chuva foi excessivamente forte”, disse.

Problemas foram registrados nas zonas central, norte e sul, em bairros como Centro Histórico, Menino Deus, Cidade Baixa, Praia de Belas, Ipanema, Cavalhada, São Geraldo, Moradas da Hípica, Santa Fé e Restinga, entre outros. Não há um levantamento oficial do número de bairros afetados.

“O que era um problema das áreas alagadas se estendeu, praticamente, a toda a cidade com essa chuvarada”, disse Sebastião Melo.

Aulas suspensas

Devido à situação, o Governo do Estado suspendeu as aulas nas redes pública e privada nesta sexta-feira (24). A Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) informou 86 ocorrências de alagamento, com 55 ruas e avenidas totalmente bloqueadas e 23 parcialmente.

Segundo a Agência Nacional de Águas, o nível do Guaíba subiu 14 centímetros apenas na quinta-feira.

Desde 29 de abril, o Rio Grande do Sul registra 163 mortes devido aos temporais e enchentes. Em boletim divulgado na manhã de quinta-feira (23), a Defesa Civil informou que 72 pessoas estão desaparecidas. Além disso, o estado contabiliza 806 feridos e 647,4 mil pessoas fora de suas casas, seja em abrigos ou na residência de parentes ou amigos.