O porto seco deve iniciar a sua atividade no terminal ferroviário existente junto à estação da cidade, segundo o presidente da Câmara Municipal da Guarda. Crédito: Pixabay
Portugal
Cidade portuguesa da Guarda deve ganhar porto seco em 2023
Câmara Municipal defende espaço para dinamizar economia local
A cidade portuguesa da Guarda deve ganhar um porto seco no ano que vem, segundo o presidente da Câmara Municipal da cidade, Sérgio Costa. Em entrevista recente ele defendeu que a estação aduaneira comece a operar o “mais rápido possível” para dinamizar a economia local e as operações das empresas do segmento logístico.
Costa explicou que o porto seco deve iniciar a sua atividade no terminal ferroviário existente junto à estação da cidade, num espaço menor, até que se tenha o projeto e o local definitivo de um outro porto seco.
Ele justificou que a medida serve para iniciar o quanto antes “as dinâmicas da logística e da economia”, ofertando ao setor uma área alfandegada de armazenagem e desembaraço de cargas, dentro da cidade da Guarda. “Desde a importação e exportação, tudo a partir da Guarda, naquele espaço”, disse.
Enquanto isso, de acordo com o parlamentar, será projetado o futuro porto seco, com uma dimensão “muito maior e noutro local”.
Segundo um decreto-lei publicado em março no Diário da República (DR), o diário oficial do governo português, a gestão do terminal ferroviário de mercadorias da Guarda vai passar da Infraestruturas de Portugal (IP) para a Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL).
A decisão vai permitir que seja criado na cidade um grande porto seco, cujo conceito legal criado em 2019 “potencia a concentração e o desembaraço das mercadorias que circulam entre armazéns de depósito temporário, aumentando a competitividade dos portos e do setor exportador e importador nacional”, detalha o texto legislativo.
Sérgio Costa afirmou ainda que o porto seco é “fundamental” para o futuro da Guarda, que tem intenção de se tornar o hub logístico do interior.
“Queremos que a Guarda seja a capital regional da logística e ela tem todas essas potencialidades”, disse, apontando que no território se cruzam duas auto estradas: A25 Aveiro – Vilar Formoso, e A23 Guarda – Torres Novas, além das linhas ferroviárias da Beira Alta e da Beira Baixa.
O presidente da Câmara Municipal ressaltou que a autarquia deseja que as empresas instaladas no município “criem cada vez mais riqueza para atraírem mais gente e criarem postos de trabalho”.
ADPL
Em dezembro de 2020, a APDL, em colaboração com a Câmara Municipal da Guarda, chegou a realizar um seminário online chamado “Porto Seco da Guarda”, com o objetivo de iniciar o diálogo com stakeholders da região sobre a criação da estação aduaneira.
Foram abordados temas como a aproximação da região ao porto, a intermodalidade marítima, ferroviária e rodoviária, o desenvolvimento sustentável, o acesso dos agentes locais às diversas entidades envolvidas, bem como o desenvolvimento econômico da região.
O seminário explicou também o porquê da escolha da cidade de Guarda, a 200 quilômetros do Porto de Leixões.
“A instalação deste terminal intermodal afastado do mar, normalmente posicionado em regiões do interior, ligado a um porto marítimo por via férrea e rodoviária traz vantagens a nível social e económico: o aumento da competitividade das empresas da região; atração do investimento; oportunidade de criação de emprego no interior e alargamento do acesso à intermodalidade”, explicou em comunicado, na época.
Destacou ainda a redução de custos de armazenagem e no tempo de transporte, dada a proximidade das estruturas e agilidade aduaneira, “que se traduz numa maior sustentabilidade económica de toda a área envolvente ao município da Guarda”.
Para a APDL, a criação do porto seco irá trazer vantagens para a competitividade do Porto de Leixões, ao alargar a sua área de influência.