Para Gobbo, o desenvolvimento promovido pelo Cluster deve contemplar toda a sociedade, mencionando as comunidades localizadas no entorno dos três portos públicos do estado (Foto: Divulgação)
Região Nordeste
Cluster Bahia quer fortalecer economia do mar e atrair investimentos
Projeto liderado pela Codeba foi apresentado em Santos e propõe soluções para inovação, economia azul e desenvolvimento sustentável
O diretor-presidente da Companhia Docas do Estado da Bahia (Codeba), Antonio Gobbo, esteve na quinta-feira (30) na cidade de Santos, no litoral de São Paulo, onde participou de um evento para apresentar o projeto do Cluster Tecnológico Naval da Bahia. A palestra ocorreu na sede da Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Santos (AEAS) e reuniu representantes da associação e entidades ligadas ao setor.
Lançado em outubro do ano passado, no Porto de Salvador, o Cluster Tecnológico Naval da Bahia reúne empresas, instituições de pesquisa e órgãos governamentais do setor portuário e de transporte marítimo.
O objetivo é promover debates e negociações entre os setores público, privado e acadêmico para encontrar soluções inovadoras e desenvolver o setor portuário, atraindo novos projetos e investimentos.
“O princípio do Cluster, na verdade, é a integração, construir uma engenharia de oportunidades. Os portos são um organismo só, e o que estamos buscando é o desenvolvimento do Brasil. Os clusters têm que conversar uns com os outros, mas é preciso que se tenha uma estrutura, uma governança que permita esse trânsito de informações e o intercâmbio em um grande ganha-ganha para o desenvolvimento nacional”, disse Gobbo, que também é presidente do Conselho de Administração do Cluster.
No evento, o diretor-executivo, capitão de mar e guerra Paulo Cezar Pinheiro, destacou os principais objetivos e iniciativas do projeto, visando o desenvolvimento econômico por meio da atividade marítima.
Com grande foco na troca de experiências e no impulso à economia do mar, o Cluster também tem o objetivo de encontrar soluções de responsabilidade socioambiental, baseadas na economia azul.
“Praticamente toda a economia dos itens do comércio exterior brasileiro é processada por meio de portos e do mar. Existe a necessidade, hoje, de se fazer um mapeamento dessa cadeia produtiva da economia do mar, que compreende indústria, agricultura e serviços. Esses setores não se limitam à orla, mas se estendem pelo interior. O Brasil precisa garantir o direito à sua zona econômica exclusiva e à plataforma continental. Isso se faz com conhecimento e atividade empreendedora, visando compreender melhor nossas potencialidades e garantir seu pleno aproveitamento pela nação”, analisou o presidente da Codeba.
Por fim, Gobbo destacou que o desenvolvimento promovido pelo Cluster precisa contemplar toda a sociedade, mencionando as comunidades localizadas no entorno dos três portos públicos do estado.
“Temos uma série de atividades ligadas à economia do mar e afetadas pelas operações (poertuárias). Estamos desenvolvendo uma pauta ESG que contemple programas de qualidade de vida, educação, reparação e conservação ambiental. São investimentos na sociedade e nas pessoas. É isso que estamos buscando”, completou.
Empresas fundadoras
O Cluster Tecnológico Naval da Bahia tem como empresas fundadoras: Bahia Marina; Belov Offshore Industrial Ltda; Companhia das Docas do Estado da Bahia (Codeba); Contermas Terminal Marítimo de Salvador; CS Portos; Enseada Indústria Naval SA; Intermarítima Portos e Logística; Maqfiltros; Terminal Portuário Cotegipe; e Wilson Sons – Tecon Salvador.
Além das empresas, o cluster inclui, no arranjo institucional, universidades, fundações, entidades patronais, institutos de pesquisa e órgãos públicos relacionados ao desenvolvimento econômico, científico e tecnológico.
O evento na AEAS ocorreu por meio da iniciativa do programa Navega Mais Brasil, parceria entre o seminário Hidrovias Já e o Fórum Brasil de Turismo Cultural. A palestra contou com a presença do presidente da Autoridade Portuária de Santos (APS), Anderson Pomini, e do presidente da Associação Náutica Bahia, Santiago Campo.
Durante sua presença em Santos, o presidente da Codeba visitou o Complexo Industrial Naval do Guarujá (CING), onde estão localizados a Marina Astúrias e a unidade de Pesquisa e Projetos Navais da SPHIDRO/SA. Segundo a Autoridade Portuária, a empresa negocia sua entrada no Cluster Tecnológico da Bahia.