Durante coletiva de imprensa realizada em Brasília, o presidente da CNI, Ricardo Alban, ressaltou que o crescimento da economia previsto para 2024 está ligado ao investimento / Crédito: Divulgação/CNI
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CNI projeta crescimento de 3% do PIB para 2024
Entidade espera crescimento de 1,7% para economia brasileira e 1,5% para a indústria no ano que vem
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) prevê que a economia brasileira deve crescer em 1,7% no próximo ano. O setor industrial deve avançar 0,9%. De acordo com a entidade, o Produto Interno Bruto (PIB) pode crescer 3% e a indústria, 1,5%.
Segundo o relatório da CNI, o resultado positivo “não dá início a um novo ciclo de desenvolvimento”, porque os números foram construídos por “fatores conjunturais excepcionais”.
Os dados foram divulgados na quinta-feira, dia 14, durante uma coletiva de imprensa em Brasília. O presidente da CNI, Ricardo Alban, ressaltou que o crescimento da economia está ligado ao investimento.
“A agenda da economia verde, da sustentabilidade, da pesquisa e inovação, da transformação digital, indica o caminho para que o Brasil atraia indústrias e desenvolva infraestrutura para fazer a transição para uma economia de baixo carbono”, declarou.
Já para o cenário econômico internacional a previsão não é favorável, o que deve impedir aumentos históricos no saldo positivo da balança comercial. A CNI estima uma queda na balança comercial para US$ 79,8 bilhões em 2024. As exportações e importações podem somar US$ 339,6 bilhões e US$ 259,8 bilhões no ano que vem, respectivamente.
Em 2023, as exportações e importações alcançaram um saldo favorável devido às exportações de produtos agropecuários, principalmente soja e milho, e da indústria extrativa, como o petróleo e o minério de ferro.
Neste ano, a expectativa da CNI é que o volume de exportações feche em US$ 340, 7 bilhões. Já as importações devem bater o número de US$ 245,1 bilhões de dólares.
“Com a flexibilização da política monetária, a gente espera um resultado um pouco melhor para a indústria da transformação. E isso puxa as importações”, disse o gerente-executivo de economia da CNI, Mário Sérgio Telles.
Queda dos juros
Na visão da confederação, a quarta queda consecutiva de 0,5 ponto porcentual da taxa básica de juros (Selic) não foi suficiente. A redução foi anunciada na noite desta quarta-feira, 13, pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC).
Em nota, a CNI classificou a medida como um “excesso de conservadorismo” e cobrou um aumento do ritmo de cortes da Selic. “O cenário de controle da inflação justifica plenamente a redução da Selic em ritmo mais acelerado e é isso que a CNI espera que seja feito nas próximas reuniões do Copom”, informa a nota assinada pelo presidente, Ricardo Alban.
Ele também classificou que a redução tem sido “contracionista” e que o patamar da Selic ainda é “excessivo para o quadro de inflação corrente, assim como para perspectiva de inflação futura, prejudicando o mercado de crédito e a atividade econômica”, concluiu.
Reforma tributária
Ricardo Alban também criticou a alíquota do Imposto sobre Valor Agregado (IVA) de 27% que está sendo discutida no Congresso Nacional. Para ele, a população inteira perde com a fração. Na visão dele, 22% seria o suficiente. “Quem muito quer nada tem”, afirmou.
“É muito melhor fazer o que é factível, começar a plantar uma semente e poder trabalhar por algo mais no futuro”, completou.
Para ele, as “exceções” vão significar um custo adicional para o consumidor final. Alban também apontou que é preciso ter limites nas concessões e que esse “pouco” pode se tornar um grande impacto futuro.
“De grão em grão vai agregando e o custo final pode ser algo que pode nos preocupar. Essa agregação de concessões nos preocupam dessa taxa pode chegar a 27% ou mais de 27%. E nós entendemos que deveria ficar algo em torno de 22% ou 21%”, completou.
A reforma tributária foi aprovada pelo Senado Federal e voltou para a Câmara dos Deputados devido às mudanças no texto. A expectativa é que o texto seja analisado pelos deputados nesta sexta-feira, 14, de acordo com o presidente da Casa, deputado Arthur Lira (PP-AL).