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Após a formalização do contrato, o início da operação no pátio do Porto de Salvador deve ocorrer em até 12 meses

Região Nordeste

Codeba divulga resultado de edital para exploração de pátio de caminhões em Salvador

Atualizado em: 4 de fevereiro de 2023 às 8:36
Vanessa Pimentel Enviar e-mail para o Autor

Empresas Sulog e Amalog foram classificadas e aguardam processo de homologação

As empresas Sulog – Suape Logística Ltda e Amalog – Amazônia Logística Ltda foram classificadas para realizar a exploração do pátio de triagem e estacionamento para caminhões do Porto de Salvador (BA). O resultado do chamamento público foi divulgado pela Companhia das Docas do Estado da Bahia (Codeba).

Agora, as duas companhias aguardam a conclusão do processo de homologação para darem início a implantação do empreendimento.

 A Sulog foi a responsável pela implantação de um dos três pátios de triagem existentes no Porto de Suape (PE).

De acordo com o edital, o pátio deverá oferecer sanitários e vestiários de uso gratuito; restaurante e/ou lanchonete; sala de apoio para receber pessoas em situação de emergência e realização de primeiros socorros; área de descanso e convivência; borracharia, com área de apoio para reparos mecânicos e lavagem de caminhões; entre outras especificidades.

A quantidade de cabines de acesso e portões de saída também devem ser suficientes para impedir a formação de filas nas rodovias e vias públicas.

Após a formalização do contrato, o início da operação deve ocorrer em até 12 meses.  A validade é de 15 anos, podendo ser renovado por sucessivos períodos, a critério do Codeba.

 

Posicionamento

A Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb) manifestou preocupação a respeito da iniciativa da Codeba. Em nota, o órgão explica que não se opõe à organização do fluxo de cargas do Porto de Salvador, mas questiona a exigência de obrigatoriedade de agendamento e triagem prévios no pátio credenciado – condição prevista no edital.

“A exigência traz preocupação para a indústria, uma vez que impõe um custo desnecessário para caminhões oriundos da Região Metropolitana do Salvador (RMS) que acessam o Porto de Salvador. Neste caso, a quase totalidade das cargas do porto tem origem nos distritos industriais da RMS, em uma distância menor do que 100 km”, cita o documento.

De acordo com o assessor do Conselho de Portos da Fieb, Carlos Danilo Peres, em geral, os pátios de triagem são necessários para evitar filas de caminhões e congestionamento nas proximidades dos portos ou para dar suporte aos caminhoneiros que fazem viagens de longo percurso e precisam de um local para descansar, cenário que, segundo ele, não está presente no Porto de Salvador.

“Atualmente, há um alto grau de organização de fluxo de veículos, com o estabelecimento de janelas de atracação e rápida comunicação com as indústrias e outros produtores da RMS, de forma que um caminhão não passa mais do que 30 minutos dentro do Porto. Do mesmo modo, como as cargas saem de locais de curta distância do Porto, tampouco há necessidade de salas de descanso para longos períodos, local para dormir e acomodar as famílias dos caminhoneiros, salas de jogos, refeitórios etc., conforme está justificado no edital”, diz Peres.

Na avaliação do Conselho de Portos da Fieb – formado por especialistas, empresários e pessoas de referência do setor – obrigar a passagem por um pátio de triagem seria um contrassenso para cargas que saem do Polo de Camaçari, por exemplo, pois impõe a necessidade de um desvio de rota que aumenta os custos para os usuários.

“Desse modo, a indústria se posiciona contrária à ideia da obrigatoriedade da passagem de caminhões pelo novo pátio de triagem, considerando que esta medida implicará em custos para os usuários dos portos, que já sofrem com inúmeras dificuldades para enviar suas cargas para o exterior e para cabotagem”, diz um trecho da nota.

Por fim, a Fieb afirma que não se opõe a qualquer iniciativa de organização dos portos da Bahia, mas defende que o processo atual do novo pátio seja interrompido e que haja uma discussão mais ampla sobre o assunto.

O BE News questionou a Codeba sobre o posicionamento da Fieb, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.

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