Comunidade questiona que a contaminação do mar, rios e dos mangues tem impedido que as famílias produzam alimentos próprios e para comercialização (Foto: Divulgação/Codeba)
Região Nordeste
Codeba e líderes de comunidade debatem impactos do Porto de Aratu
Pescadores, marisqueiros e quilombolas da Ilha da Maré pedem soluções para contaminação e proteção de seus direitos culturais e socioeconômicos
O diretor-presidente da Companhia das Docas do Estado da Bahia (Codeba), Antonio Gobbo, visitou a comunidade quilombola de Bananeiras para dialogar com lideranças de Ilha de Maré sobre o Projeto de Desenvolvimento do Porto Organizado de Aratu-Candeias.
Pescadores, marisqueiros e quilombolas da Ilha da Maré estão preocupados com os impactos ambientais e socioeconômicos para a região. Eles questionam que a contaminação do mar, rios e dos mangues tem impedido que essas famílias produzam alimentos próprios e para comercialização.
Por ali vivem comunidades quilombolas, grupos formados por descendentes de escravizados que fugiram e criaram espaços de resistência. Essas comunidades mantêm forte ligação com a sua história e trajetória, preservando costumes e culturas trazidas pelos antepassados. São mais de 500 comunidades somente na Bahia.
Entre as principais reivindicações, estão a necessidade de estudos mais aprofundados sobre os impactos socioambientais e na saúde da população, além do direito à escuta na concepção das ações das empresas arrendatárias da Codeba, cujas atividades afetam diretamente as comunidades locais.
Transparência
Antonio Gobbo se comprometeu a exigir maior transparência e diálogo por parte das empresas arrendatárias. Ele também mencionou projetos em andamento, como o convênio de cooperação técnica a ser firmado com a Unesco e a Agência Brasileira de Cooperação (ABC). Esse acordo permitirá a realização de estudos detalhados sobre as vulnerabilidades ambientais, sociais e culturais das regiões portuárias, promovendo iniciativas voltadas à economia criativa, inovação tecnológica e coesão social.
A Codeba vai realizar um simulado de emergência para treinar a resposta a um possível vazamento de produto químico. Além disso, ficou definida a organização de novas agendas, como uma reunião com o Ministério Público Federal e visitas técnicas à região.