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Elevação do preço do diesel foi um dos fatores que impactou o custo do transporte agrícola (crédito: Jaelson Lucas / AEN)

Região Centro-Oeste

Colheita de milho e diesel provocam alta de frete

22 de julho de 2022 às 13:30
Leopoldo Figueiredo Enviar e-mail para o Autor

Migração dos caminhoneiros para atender a região impactou valores do transporte agrícola

O Boletim Logístico da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgado na quinta-feira (21) mostrou que o movimento de migração dos caminhoneiros para a região Centro-Oeste para atender a demanda da colheita da segunda safra do milho, reduziu a oferta de caminhões no restante do país. O fato, aliado à elevação nos preços do diesel, provocou aumento nos valores dos fretes.

Os mais expressivos foram aqueles rumo aos portos de Santos (SP), Santarém (PA) e Paranaguá (PR), para atender contratos de exportação e o escoamento da safra de soja. Assim, mesmo com a safra do milho já em pleno curso, é esperado que ainda em julho os preços apresentem elevações devido ao conflito entre o escoamento da safra de soja e a colheita recorde de milho.

Em Mato Grosso, o valor do frete rodoviário já apresenta elevação em todas as praças desde junho. Com a previsão de recorde na segunda safra de milho, já se observa grande deslocamento nas áreas de produção devido às retiradas do produto das lavouras e o escoamento até as unidades armazenadoras situadas nas fazendas, tradings, cooperativas e armazéns gerais. 

No Mato Grosso do Sul, o mercado de fretes em junho também apresentou variações significativas nos preços praticados em quase todas as praças acompanhadas. A soja teve grande movimentação, tanto para exportação quanto para o mercado interno, mas o aumento no ritmo da colheita do milho segunda safra no estado vizinho acabou por diminuir a oferta de veículos locais. 

Já em Goiás, a colheita da segunda safra de milho encontra-se ainda na fase inicial e há pouca movimentação das transportadoras, mas nos municípios acompanhados pela Conab já se observa maior deslocamento para a exportação de soja. 

Além das dificuldades na efetivação dos embarques pela baixa disponibilidade de caminhões, muitos autônomos preferem aguardar melhor remuneração dos fretes, optando pelas viagens de longa distância. Os fretes para as rotas acompanhadas, partindo de Catalão e Cristalina (ambos em Goiás), subiram em média 15% com elevações maiores nas duas rotas de Minas Gerais. Já partindo de Bom Jesus de Goiás, os preços dos fretes variaram 3% em relação ao mês anterior.

Na Bahia, os fretes estaduais continuaram apresentando elevação em relação ao mês passado. Já no Distrito Federal, o mercado de transportes continua aquecido, mas o equilíbrio observado na oferta de caminhões foi citado como fator de sustentação dos preços. 

Paraná 

No caso do Paraná, a frustração da safra brasileira de soja disponibilizou grande oferta de caminhões na região, fazendo com que os preços dos fretes caíssem. Mas agora, com um quantitativo mais enxuto de veículos, contratos de exportação a serem cumpridos e movimentação para o esvaziamento dos silos para recepção da nova safra de milho, os fretes no Estado podem subir de 14% até 67%, dependendo da origem/destino. 

A Conab também informou que a movimentação de cargas aumentou significativamente para os destinos pesquisados, sobretudo para as regiões Sul e Sudeste do País, especialmente no Porto de Paranaguá (PR), devido ao aumento das exportações e pelas demandas por produtos componentes de ração nos importantes estados produtores sulistas de aves e suínos.

Leia o editorial A logística do agronegócio e seus preços .

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