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Após a conclusão do Moegão, a expectativa é que mais 24 milhões de toneladas de grãos e farelos saiam anualmente pelo Porto de Paranaguá (Crédito: Divulgação)

Região Sul

Com foco na logística e na sustentabilidade, Paraná aposta no Moegão

23 de fevereiro de 2023 às 8:20
Cássio Lyra Enviar e-mail para o Autor

Projeto que visa centralizar a descarga dos trens no Porto de Paranaguá promete aumentar movimentação de grãos e diminuir emissão de CO2

Com um investimento de R$ 592 milhões, a nova moega ferroviária vai centralizar a descarga dos trens que chegam ao Porto de Paranaguá. De acordo com a Autoridade Portuária, a área onde a estrutura será instalada, mais conhecida como Moegão, terá quase 600 mil metros quadrados, o que será suficiente para o descarregamento simultâneo de 180 vagões em três linhas independentes. Isso representa um aumento de 63% na capacidade de descarregamento, passando de 550 para 900 vagões ao dia.

Segundo a Portos do Paraná, tanto o projeto construtivo quanto a obra estão sendo geridos por um consórcio formado por quatro empresas de engenharia, cuja proposta vencedora foi conhecida em outubro do ano passado após dois anos de elaboração do projeto básico.

O projeto entrou no pacote de anúncios previamente anunciado pelo governador Ratinho Júnior (PSD). O novo Moegão visa a atual necessidade de ampliar a participação do modal ferroviário, mas também olha para o futuro da logística no Estado e no cenário nacional. Além disso, ele visa atender diretamente o aumento da demanda causada pela Nova Ferroeste, que ampliará em centenas de quilômetros a estrutura ferroviária no interior do Paraná, com ramais até Mato Grosso do Sul e Santa Catarina.

Além da moega exclusiva, os acessos dos Terminais da Região Leste do Porto de Paranaguá serão reestruturados, otimizando a capacidade de recepção de cargas em ambos os modais rodo e ferroviário. A obra envolve novas galerias de transporte para levar os produtos descarregados no moegão até os terminais logísticos da área portuária.

Após a conclusão do Moegão, a expectativa é que mais 24 milhões de toneladas de grãos e farelos saiam anualmente por Paranaguá, ampliando para 50% a participação do modal ferroviário no transporte de cargas que passam pelo porto. A obra também vai gerar uma economia de 30% nos custos de transporte, diminuir os impactos ambientais com 73% a menos de CO2 emitido.

Segundo o governador, o Moegão vai aumentar em torno de 30% da capacidade de carga e descarga de grãos pelo Porto de Paranaguá.

“O trem vai chegar com a capacidade inteira para descarregamento sem necessidade de desmembramento, o que vai mudar a velocidade de carga e descarga, melhorar ainda mais a eficiência do Porto de Paranaguá e colaborar com a mobilidade do trânsito, reduzindo os trechos de entroncamento entre ferrovias e rodovias”, explicou Ratinho Junior.

De acordo com o diretor de Engenharia e Manutenção da Portos do Paraná, Victor Yugo Kengo, com a conclusão da licitação o prazo para o projeto executivo é de quatro meses, quando inicia o prazo de execução da obra.

“Após a conclusão da estrutura, a nossa expectativa é conseguir equalizar a balança, chegando a 50% do transporte por meio rodoviário e 50% por meio ferroviário. Com isso, também já estamos nos preparando para receber a demanda da Nova Ferroeste”, afirmou.

 

Potencial

Das 58,4 milhões de toneladas de cargas movimentadas pelos Portos do Paraná no ano passado, 20,95% ocorreram através de ferrovias, uma alta de quase um ponto percentual em relação a 2021. Entre as 12,2 milhões de toneladas de produtos que chegaram ou saíram em vagões, 80,4% foram de açúcar, 35,39% de milho, 20,86% de soja, 20,09% de farelo de soja, 14,03% de contêineres e 11,76% de derivados de petróleo.

Para 2023, a expectativa dos operadores dos terminais do Porto de Paranaguá é de um aumento de 40% nas exportações de granéis sólidos vegetais no primeiro trimestre. A estimativa é de que cerca de 7 milhões de toneladas de soja, farelo de soja, milho, trigo e açúcar saiam do porto entre de janeiro a março, contra 5 milhões de toneladas dos produtos no mesmo período do ano anterior.

Após a conclusão do Moegão, a expectativa é de que mais 24 milhões de toneladas de grãos e farelos saiam anualmente por Paranaguá, ampliando para 50% a participação do modal ferroviário no transporte de cargas que passam pelo porto. A obra também vai gerar uma economia de 30% nos custos de transporte, diminuir os impactos ambientais com 73% a menos de CO2 emitido.

 

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