Com redução de pedágio, Dutra renova concessão e planeja investimentos bilionários

O presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, participaram da solenidade de assinatura do contrato com o grupo CCR ontem, em São José dos Campos

A renovação da concessão da Rodovia Presidente Dutra (BR-116) ao grupo CCR foi oficializada pelo Governo Federal ontem, em São José dos Campos, no interior paulista. Mas o primeiro resultado desse processo já está em vigor desde o dia 1º, com a redução das tarifas de pedágio. Os valores, que varia­vam entre R$ 3,50 a R$ 14,20, foram reduzidos, indo agora de R$ 3,40 a R$ 12,90.

Sob o novo contrato, a antiga CCR Nova Dutra passa­rá a se chamar CCR Rio-SP e irá operar a rodovia pelos prximos 30 anos. A conces­são inclui a Rodovia Rio-San­tos (BR-101) e investimentos da ordem de R$ 14,8 bilhs em obras de infraestrutura em ambas as vias, além de R$ 10,8 bilhs em serviços operacionais.

Participaram do evento de renovação do contrato, em São José dos Campos, o presidente da Replica, Jair Bolsonaro, e o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas.

O contrato contempla uma redução tarifária imediata para automóveis e caminhões e, pela primeira vez, em uma concessão rodoviária, não será cobrado pedágio para motoci­clistas. “Quem pagava até a semana passada R$ 55 para fazer a Rio-São Paulo, hoje está pagando R$ 50, e com o tag vai pagar R$ 47. Foi criado, também, o desconto progres­sivo para usuário frequente. A cada passagem, o valor baixa. E, ao final do mês, esses descontos vão perto dos 70%. Vai reduzir o custo do cidadão. E motociclista não paga mais tarifa de pedágio”, pontuou o ministro Tarcísio de Freitas.

Tarcísio explicou a inclu­são da Rio-Santos na nova concessão. “Era necessário incorporar a Rio-Santos nessa concessão, porque, do contrá­rio, n nunca teríamos o investimento lá e, com isso, o trecho do Rio de Janeiro até Ubatuba ficará sob responsa­bilidade da concessionária. E o trecho até Angra dos Reis vai ser duplicado, os túneis vão ser duplicados. Isso significa fomento ao turismo, emprego e segurança”, afirmou.

O presidente Jair Bolsona­ro declarou que “essa entrega de hoje, a redução do pedágio na Dutra, a isenção de pedágio para motociclistas, bem como as novas obras nessa conces­são, é muito benéfico não apenas para São Paulo e Rio, mas para todo o nosso Brasil”.

“A nova CCR Rio-São Paulo estará aqui pelos prximos 30 anos. Hoje, atendemos 650 ocorrências em 1 bilhão de viagens por dia. A neces­sidade de transformação da infraestrutura é gigante e a nossa companhia se apresen­ta com protagonismo para colaborar com essa agenda de transformação”, declarou o diretor-presidente do Grupo CCR, Marco Antonio Souza Cauduro.

“Em 29 de outubro, batemos o martelo na B3, quando a CCR se sagrou vitoriosa no leilão da mais importante ligação rodovi­ária do País, a Rodovia Presiden­te Dutra, e que, agora, no novo contrato, também conta com o trecho da Rodovia Rio-Santos, a BR-101. Naquela oportunidade, destacamos todos os benefícios que a nova concessão trará para Rio de Janeiro, São Paulo, região costeira e Vale do Paraíba, enfim, para a logística brasileira. Trata­-se do maior e mais moderno contrato de concessão rodovi­ária do Governo Federal, pelas vultosas cifras de investimentos, geração de emprego ou diversos serviços que serão disponibi­lizados aos usuários”, disse o diretor-geral da Agência Nacio­nal de Transportes Terrestres (ANTT), Rafael Vitale Rodrigues. “Com este contrato, inaugura­mos definitivamente a era do Inova BR nas rodovias federais do Brasil, ao conferir segurança, fluidez e tecnologia aos usuários deste ícone da infraestrutura nacional”, concluiu Vitale.

O pacote de investimentos da concessionária prevê o monitoramento completo da Dutra, com câmeras automá­ticas para identificação de incidentes; a passagem de veículos sem necessidade de parada em pontos de pedágio, em Guarulhos/SP; o desconto na tarifa para aqueles usuários frequentes das rodovias; a adoção de metodologia inter­nacionalmente reconhecida por reduzir acidentes em estradas; e emissão zero de carbono estão entre as inova­ções que serão implantadas pela concessionária ao longo das próximas três décadas.

OBRAS E EMPREGOS
As melhorias na Dutra e na Rio-Santos começam gradu­almente, abrindo canteiros de obras nas duas rodovias e, com isso, ao longo do contrato, gerando 218,7 mil novos postos de trabalho direto, indireto e de efeito-renda. São vagas diretamente relacionadas às intervençs previstas e em atividades de apoio às obras, impactando os habitantes dos 33 municípios de São Paulo e Rio de Janeiro “vizinhos” às BRs 116/101.

VIAGEM MAIS RÁPIDA
Com as melhorias previstas na Dutra, a expectativa do Governo é reduzir o tempo de viagem entre o Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, e a Capital do Estado, dos atuais 37 min para 22 min

MAIOR CONCESSÃO RODOVIÁRIA DO PAÍS
DIVULGAÇÃO/MINFRA

Com a lista de melhorias a serem implan­tadas: 590 quilômetros de faixas adicionais, sendo 557 quilômetros na Dutra; 128 passarelas; 144 quilômetros de vias marginais; 144 dispo­sitivos e interseções novos e remodelados; 535 pontos de ônibus; quatro áreas de descanso para caminhonei­ros, três na Dutra e uma na Rio-Santos; e 59 corredores para passagens de animais.

A meta é dotar as duas estradas federais de toda a infraestrutura necessária para proporcionar maior segurança e, consequente­mente, conforto a motoris­tas, motociclistas, ciclistas e pedestres. E assim, suportar
o tráfego intenso de veículos de passeio e de carga que transportam por ali mais da metade de toda a riqueza produzida no País.

FLUIDEZ
As intervenções em território paulista serão de R$ 7,4 bilhões – R$ 3,9 bilhões apenas para a ampliação da capacidade das rodovias. Na Região Metropolitana de São Paulo, serão alocados R$ 1,4 bilhão para transformar o trânsi­to e facilitar o acesso ao Aeroporto de Guarulhos. Estão previstos 366 quilômetros de 3ª e 4ª faixas; 10 quilômetros de novas marginais; seis novas alças de acesso às rodovias Helio Smith e Fernão Dias, bem como à Ponte do Tatuapé; e 12,6 quilômetros de faixa reversível. Também estão programados mais de 100 quilômetros de vias margi­nais junto aos municípios ao longo da Dutra.

Espera-se que as melho­rias reduzam o tempo de viagem entre o Aeroporto Internacional de São Paulo e a Capital do Estado, que hoje é de 37 minutos na via marginal, para 22 minutos; na via expressa, a estimativa é que o deslocamento dure somente 14 minutos.

Transformação na Serra das Araras
Na porção fluminense da nova concessão, serão aplicados R$ 7,5 bilhões do total previsto para os 30 anos de contrato – R$ 4,6 bilhões na extensão da capacidade das duas rodovias. Devem ser executados 203 quilômetros de 3ª e 4ª faixas, 26 quilômetros de faixas adicionais para ultrapassagem nessa região e 80 quilômetros de duplicações na BR-101, entre a cidade do Rio de Janeiro e Agra dos Reis.

Parte da Serra do Mar e passagem obrigatória para quem se desloca entre Rio de Janeiro e São Paulo, a Serra das Araras (RJ) receberá atenção especial na nova concessão. Para ampliar a capacidade do trecho, tornando-o mais seguro, está previsto investimento de R$ 1,2 bilhão e 616 quilômetros de novas pistas duplicadas.

Os recursos serão aplicados na construção de uma nova pista para a subida da serra e a adequação da pista atual, tornando-a exclusiva para a descida dos veículos. Ambas as vias terão quatro faixas de rolamento por sentido. Haverá ainda a implantação de um tel com 400 metros de extensão e de duas áreas de escape ao longo da nova pista, além de outras obras de arte especiais no trecho da serra.

No evento, o ministro destacou ainda outros investimentos em infraestrutura logística que estão feitos no Estado de São Paulo, como a prorrogação da concessão da Malha Paulista, que demandará R$ 6 bilhões de investimento em ferrovias; a duplicação do trecho de Itirapina para Santos; o contorno ferroviário em São José do Rio Preto;
o leilão do Aeroporto de Congonhas; a privatização do Porto de Santos. “Se a gente for somando, teremos uma centena de bilhão de reais investido aqui neste estado por intermédio do Ministério da Infraestrutura, por intermédio do Governo Federal.