Presidente Lula posa para foto com funcionários: segundo ele, o Brasil caminha para reduzir a dependência de importação de fertilizantes e para se tornar o “celeiro do mundo” (Foto: Ricardo Stuckert/PR)
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Complexo para produção de fertilizantes é inaugurado em Minas Gerais
Com investimento de quase R$ 5 bilhões, empreendimento é o primeiro da EuroChem fora da Europa
Foi inaugurado na quarta-feira (13), em Minas Gerais, o Complexo Mineroindustrial do grupo EuroChem, gigante global do setor de fertilizantes de origem russa, mas com sede na Suíça. Localizada na Serra do Salitre, a unidade é a primeira do conglomerado fora da Europa e demandou um investimento de US$ 1 bilhão (R$ 4,97 bilhões).
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) esteve presente na inauguração. Segundo ele, o Brasil caminha para reduzir a dependência de importação de fertilizantes e para se tornar o “celeiro do mundo” na produção de alimentos e energia renovável.
“A vinda da EuroChem para o Brasil e o investimento numa planta como essa em Serra do Salitre não é apenas a demonstração de que essa empresa acredita no que está acontecendo no Brasil. É que essa empresa sabe que o Brasil está se transformando muito rapidamente. Aquilo que a gente dizia, o ‘celeiro do mundo’, é o que vai acontecer com o Brasil. Não apenas do ponto de vista de carne, da produção de soja, de milho, de cana, não. Do ponto de vista também da produção de energia renovável”, disse o presidente.
Segundo o Governo, o complexo tem como previsão fornecer 1 milhão de toneladas de fertilizantes fosfatados por ano para a agricultura brasileira, representando 15% da produção nacional. Todo o produto será destinado ao mercado interno, buscando fortalecer a segurança alimentar do país.
A parceria com a empresa europeia faz parte dos esforços do Governo para aumentar a industrialização nacional. Apesar de ser um grande produtor e exportador de alimentos, o Brasil importa mais de 80% dos fertilizantes que consome. No final do ano passado, foi aprovado o novo Plano Nacional de Fertilizantes, que busca aumentar a produção interna para atender entre 45% e 50% da demanda interna até 2050.
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, destacou a importância do investimento para a economia. “Esse investimento é um fruto importantíssimo. 1 bilhão de dólares, 1.200 empregos, 1 milhão de toneladas de fosfatados aqui produzidos. Isso representa 15% da produção brasileira. Nós vamos deixar de importar pra minerar e fabricar aqui, gerando emprego e renda”, afirmou.
O empreendimento vai reunir em um único local todas as etapas, desde a extração dos insumos até a produção dos fertilizantes. Além disso, enquanto realiza a extração do fosfato, o complexo integrado será capaz de gerar ácido sulfúrico e ácido fosfórico, que são subprodutos essenciais no processo de fabricação.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, ressaltou a importância da parceria internacional e expressou sua decepção com as grandes mineradoras nacionais que optam por manter reservas de mercado em vez de operar ativamente.
“É irresponsável o que infelizmente temos por parte das grandes mineradoras no país. Os potenciais do país não estão sendo bem utilizados. É inaceitável que algumas detenham direitos minerários por até 50 anos sem explorá-los, deixando uma riqueza parada para o Brasil”, disse.
A nova unidade possui um centro de monitoramento e controle geotécnico, além de radares, sistema de câmeras e instrumentos automatizados que permitem o monitoramento em tempo real, 24 horas por dia.
Também participaram da cerimônia o ministro de Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e secretários estaduais.