De acordo com dados da Agrostat, no primeiro mês de 2024 saíram do Paraná 1,2 milhão de toneladas de produtos, contra 326,5 mil toneladas em janeiro do ano passado (Foto: Jaelson Lucas/Arquivo AEN)
Região Sul
Complexo soja tem aumento de 282% nas exportações pelo Paraná
Colheita atípica em janeiro resultou em 1,2 milhão de toneladas de produtos
Por conta de uma acelerada colheita de soja, atípica para o período, o volume de produtos do complexo soja exportado pelo Paraná obteve um aumento de 282% para o mês em comparação com janeiro de 2023. No primeiro mês de 2024, saíram do Estado 1,2 milhão de toneladas de produtos, contra 326,5 mil toneladas em janeiro do ano passado. Os números estão na Agrostat, plataforma do Ministério da Agricultura e Pecuária.
Apesar do alto número de exportação do complexo soja, em valores, o percentual não atingiu números expressivos, tendo em vista a queda do preço no mercado internacional. Foram US$ 215,7 milhões obtidos em janeiro do ano passado e US$ 542,2 milhões neste ano (151,3%).
Segundo o Governo do Estado, dentro do complexo, a soja em grão lidera os volumes, com 853,5 mil toneladas, contra 84,8 mil toneladas de 2023. Com uma média de US$ 505 a tonelada neste ano, o volume financeiro alcançou US$ 542,2 milhões. Em janeiro do ano passado o valor médio da tonelada foi de US$ 595, com faturamento total de US$ 215,7 milhões.
“Esse grande volume de exportação do complexo se deve basicamente à colheita antecipada deste ano”, ponderou o analista de soja do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Edmar Gervásio.
O segundo colocado foi o farelo de soja, com 365 mil toneladas vendidas e arrecadação de US$ 183 milhões (US$ 501 a tonelada). Em janeiro de 2023 tinham sido 191 mil toneladas a um custo de US$ 100,8 milhões (US$ 528 a tonelada).
Também foram vendidas 29,3 mil toneladas de óleo de soja a US$ 28,8 milhões (US$ 980 a tonelada), contra 50,7 mil toneladas em 2023, com faturamento de US$ 64,2 milhões (US$ 1.266 a tonelada).
Queda
No caso do milho e seus subprodutos, houve uma redução tanto no volume quanto no valor resultante da exportação. Foram 491,8 mil toneladas enviadas ao exterior em janeiro do ano passado e 416,2 mil toneladas neste último mês. Os valores reduziram de US$ 142,7 milhões para US$ 94,8 milhões. O preço de cada tonelada também caiu, de US$ 290 em 2023 para US$ 228.
“Normalmente a prioridade para exportação em grãos é da soja, o que explica em parte essa redução no milho, mas, sobretudo no Paraná, esse cereal é muito usado para alimentação de frango, suínos e tilápia, o que contribui para a evolução na produção e exportação de proteína animal”, analisou Gervásio.
No complexo das carnes, o saldo foi positivo. Os números do Agrostat apontam que o Paraná exportou 182,6 mil toneladas no primeiro mês de 2024, com faturamento de US$ 305,3 milhões (US$ 1.672 a tonelada). No mesmo período de 2023 foram exportadas 174,4 mil toneladas e arrecadados US$ 332,5 milhões (US$ 1.905 a tonelada).
O destaque paranaense foi evidenciado pela carne de frango, da qual é líder nacional em produção e exportação. Em janeiro foram exportadas 166 mil toneladas, com a entrada de US$ 269,2 milhões. No ano anterior tinham sido 159,7 mil toneladas com US$ 299,7 milhões.
O volume exportado de carne suína foi quase o mesmo no comparativo a janeiro de 2023, saltando de 10,2 mil toneladas para 10,7 mil toneladas. Em questão de valores retrocedeu de US$ 22,5 milhões para US$ 22 milhões, fruto da menor valorização no mercado global.
Nos pescados, o Estado exportou 478 toneladas em janeiro deste ano, contra 483 toneladas no mesmo mês de 2023, redução de 1%. No entanto, o valor monetário arrecadado foi 73,4% superior, saindo de US$ 1,2 milhão para US$ 2 milhões. Nesse segmento, a tilápia lidera com 472 mil toneladas exportadas.
Outros produtos
Entre os resultados, vale destacar o complexo sucroalcooleiro. Ele teve um bom crescimento, tanto em volume, passando de 166,3 mil toneladas para 188 mil toneladas (13%), quanto em faturamento, que passou de US$ 73 milhões para US$ 108 milhões (48%).
A exportação de frutas também foi expressiva. Enquanto no primeiro mês de 2023 foram 660 toneladas, agora foram 964,3 toneladas (+46%), com salto de US$ 574,3 mil para US$ 885,8 mil (+54%).
Já a exportação do café aumentou 23,4%. Em janeiro de 2023 foram exportadas 3,3 mil toneladas e em 2024, 4 milhões. Com o preço em queda, o volume de recursos também caiu, passando de US$ 28,6 milhões (US$ 8.678 a tonelada) para US$ 27,3 milhões (R$ 6.719 a tonelada).