Conselho Nacional do Brasil Export se reúne para debater próximos fóruns

Colegiado discutiu os últimos detalhes do Sudeste Export e do Bahia Export, que serão realizados neste mês

O Conselho Nacional do Brasil Export se reuniu na quarta-feira (11), em Brasília (DF), para discutir os próximos dois fóruns regionais promovidos pelo grupo. O Sudeste Export ocorrerá em São Paulo nos próximos dias 16 e 17, enquanto a primeira edição do Bahia Export será realizada em Salvador nos dias 26 e 27 deste mês.

Após visitar quatro outras áreas da região nos últimos anos, o Sudeste Export retorna a São Paulo com o apoio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado. O fórum reunirá líderes empresariais e autoridades para discutir a competitividade nas operações logísticas e portuárias, destacando a necessidade de desburocratização e melhores interligações rodoviárias e ferroviárias.

O evento também abordará o setor de óleo e gás, com foco em atracações e movimentação da cadeia produtiva. Nesta edição, será incluído o Inova Export para discutir a modernização do setor, além do tradicional InfraJur, que continuará a tratar do direito de logística, infraestrutura e transportes.

No Bahia Export, haverá uma visita técnica ao Cimatec (Campus Integrado de Manufatura e Tecnologias), referência mundial em tecnologia, situado em Salvador. Os painéis discutirão licenças ambientais e os desafios para o crescimento das energias renováveis no estado.

A Bahia, maior produtora de energia limpa do Brasil, enfrenta problemas relacionados à regulação fundiária e atrasos nas licenças. A programação contará com a presença de autoridades e especialistas, com o objetivo de proporcionar visibilidade e promover ações para aumentar a competitividade do setor produtivo e das operações logísticas na região.

Lideranças empresariais destacam implantação de Port Community System

Na terça-feira (10), o Grupo Brasil Export, a comunidade produtiva e o Ministério de Portos e Aeroportos deram início aos estudos para a implementação de soluções inovadoras no setor de infraestrutura. Com um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) formalizado entre a pasta e o Hub Brasil Export, centro de inovação do grupo, os projetos terão início pelo Porto de Santos (SP), o maior do país.

O ACT prevê, entre outras ações, a criação de um Port Community System (PCS) a ser desenvolvido em até 24 meses. O ecossistema eletrônico será projetado para facilitar a troca de informações para a organização portuária, integrando dados de diversas empresas, órgãos públicos e serviços. A adesão ao PCS será voluntária e a governança será gerida por uma entidade neutra.

Sérgio Aquino, presidente da Federação Nacional de Operações Portuárias (Fenop), destacou que o conceito do PCS, que tem sido bem-sucedido globalmente, depende fortemente da tecnologia e de uma atuação integrada.

“A descentralização e a integração de todos os participantes do sistema portuário local são essenciais. É necessário adotar uma abordagem de sistema complexo, interligando contatos de instituições, empresas e agentes públicos e privados para harmonizar decisões e melhorar a fluidez dos processos. O modelo já se mostrou eficaz na Europa, Estados Unidos e Ásia, e o Brasil está atrasado nesse aspecto”, detalhou Aquino.

Ricardo Molitzas, presidente do Instituto Brasil Logística (IBL), ressaltou a relevância da iniciativa e a necessidade de uma gestão eficaz no projeto. “A criação de um hub de informações requer uma governança sólida para garantir que todos os intervenientes tenham acesso adequado e seguro às informações. A integração de entidades governamentais e privadas é fundamental para o sucesso do PCS”.

Jesualdo Silva, presidente da Associação Brasileira de Terminais Portuários (ABTP), expressou apoio à iniciativa do PCS e compartilhou experiências internacionais bem-sucedidas na implantação do sistema.

“Fizemos uma visita a Hamburgo (Alemanha) que mostrou a importância da liderança do setor privado na implementação de sistemas semelhantes. A integração dinâmica e ágil dos stakeholders é fundamental para o sucesso do porto. A ABTP apoia a iniciativa e acredita que o compartilhamento de informações dentro de uma plataforma única vai acelerar processos e fortalecer a capacidade decisória no setor portuário”, afirmou.