Alckmin explicou que a União tem se esforçado para estimular setores econômicos a adotar alternativas sustentáveis por meio da Lei do Combustível do Futuro. Cadu Gomes/VPR
COP29
COP-29: Alckmin destaca potencial do Brasil em combustíveis sustentáveis
Vice-presidente também foi questionado sobre como reduzir emissões aumentando a produção de petróleo
Nesta quarta-feira (13), o vice-presidente da República e ministro da Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, ressaltou o potencial do Brasil para se tornar um dos principais países do mundo na adoção de combustíveis sustentáveis em suas operações logísticas e nos diferentes modais de transporte. A fala foi durante sua participação na Conferência do Clima da ONU – COP29, que está sendo realizada em Baku, no Azerbaijão.
“Temos 85% da frota de veículos brasileira flex, grande parte dela abastecida com etanol, energia renovável e verde. O Brasil pode ser o grande protagonista no uso do SAF (sigla em inglês para Sustainable Aviation Fuel, ou Combustível Sustentável de Aviação), na substituição do querosene de aviação”, disse.
A declaração foi dada após Alckmin ser questionado sobre como o Governo Federal pretende conciliar as expectativas para o aumento da produção de petróleo com as metas de diminuição de emissões na nova Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC), que estabelece que o país reduzirá suas emissões de gases de efeito estufa (GEE) entre 59% e 67% até 2035.
Alckmin explicou que a União tem se esforçado para estimular setores econômicos a adotar alternativas sustentáveis por meio da Lei do Combustível do Futuro. “O Brasil caminha agora para o etanol de segunda geração. Vamos fazer etanol da palha, da folha, do bagaço, com uma pegada de carbono ainda menor”, detalhou.
O vice-presidente mencionou que, atualmente, o país tem 27% de etanol na gasolina, mas, com a nova lei, a meta é elevar esse percentual para 35%. “Já em relação ao biodiesel: o governo anterior tinha reduzido de 13% para 10%; no ano passado, nós aumentamos de 10% para 12%, e este ano para 14%. No ano que vem, vai para 15% de ‘bio’ no diesel, diminuindo a participação do diesel e aumentando a participação dos óleos vegetais”, completou.
A nova meta foi entregue ao presidente da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática (UNFCCC), Simon Stiell, nesta quarta-feira (13). O objetivo da NDC é alinhar o Brasil aos termos do Acordo de Paris, que visa limitar o aquecimento global a 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais. Em números, o país busca reduzir suas emissões de mais de 2 bilhões de toneladas de CO2 para 850 milhões de toneladas.
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, pontuou que o Brasil busca aumentar a ambição nas suas metas climáticas, mas que esse é um processo que exige responsabilidade, especialmente no que se refere às mudanças tecnológicas que precisam ser assimiladas, além de suporte em termos de incentivos econômicos.
“A meta para todos os setores: para a agricultura, para o desmatamento, mas também para a indústria, o comércio, o transporte — para todos os setores”, afirmou a ministra.