O objetivo da visita, que ocorreu na última sexta-feira (3), foi conhecer os projetos voltados para energias renováveis, a fim de servirem como exemplos para outras autoridades portuárias. Uma das metas do ministério é aumentar suas capacidades no campo das energias renováveis. Foto: Divulgação
Região Nordeste
MPor quer reproduzir agenda ambiental do Pecém em outros portos
Atualmente, o complexo conta com seis pré-contratos assinados para produzir o hidrogênio verde, somando cerca de US$ 8 bilhões em investimentos até 2030
O Ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, afirmou que o Complexo Portuário do Pecém (CE) tem grande potencial de desenvolvimento sustentável e vai servir de exemplo para outros portos pelo País. Ele destacou a indústria de hidrogênio verde (H2V) que vai ser instalada no cais, as futuras exportações para a Europa e discutiu soluções que podem ser reproduzidas em outros portos brasileiros.
“O Porto do Pecém hoje é uma referência no mundo, especialmente na agenda ambiental. A gente espera cada vez mais compartilhar experiências, porque não tenho dúvidas de que o Porto do Pecém será destaque na indústria do hidrogênio verde e a gente quer exportar essa tecnologia para toda a Europa, para outros países. Isso vai estimular ainda mais o crescimento econômico da região”, disse Costa Filho.
O local possui mais de 19 mil hectares de área. Segundo o ministro, tem “infraestrutura robusta e localização geográfica privilegiada, destacando-se como a casa do Hidrogênio Verde (H2V) no Brasil, abrigando os primeiros projetos do setor no país”.
O objetivo da visita, que ocorreu na última sexta-feira (3), foi conhecer os projetos voltados para energias renováveis, a fim de servirem como exemplos para outras autoridades portuárias. Uma das metas do ministério é aumentar suas capacidades no campo das energias renováveis.
O presidente do Complexo do Pecém, Hugo Figueirêdo, ressaltou a oportunidade de apresentar à comitiva a estratégia de desenvolvimento do Complexo do Pecém baseada na transição energética e o impacto que esse movimento pode trazer para o Ceará, Nordeste e o Brasil.
Hugo garantiu que o ministro saiu convencido de que é necessária a regulamentação do hidrogênio verde. “É uma oportunidade que o Brasil tem de se inserir de forma significativa na economia mundial, nessa cadeia de energias renováveis e de hidrogênio verde. E, dessa forma, transformar a economia do estado do Ceará, do Nordeste e do próprio Brasil, trazendo mais empregos, mais industrialização verde, mais oportunidade de trabalho e de desenvolvimento para os brasileiros”, afirmou.
O Complexo do Pecém é composto por três grandes frentes: a Área Industrial, que abriga unidades fabris do Nordeste; o Porto do Pecém e a Zona de Processamento de Exportação (ZPE) Ceará, a primeira a operar no Brasil, que possui uma nova área de mais de 1.900 hectares. É nessa área que serão instaladas as empresas que produzirão H2V no Pecém.
Atualmente, o complexo conta com seis pré-contratos assinados, somando cerca de US$ 8 bilhões em investimentos até 2030.
Para receber as empresas que produzirão hidrogênio verde no Pecém, a estrutura do Complexo e do Porto será modernizada. Para isso, será criado um corredor de utilidades por onde circularão os dutos de amônia, gás natural, hidrogênio, água e a rede de energia elétrica. O píer 2 e o terminal de múltiplas utilidades devem passar por adaptações para a operação de amônia e outros derivados do hidrogênio verde.
“Nesse processo de instalação do hub de H2V, estamos nos preparando para produzir e exportar o hidrogênio, enquanto o Porto de Roterdã se prepara para receber e distribuir pelo mercado europeu”, destaca o presidente do Complexo do Pecém. O Porto do Pecém e o Porto de Roterdã constituirão a rota de exportação/importação de H2V mais próxima entre a América do Sul e a Europa.