O grupo passou a atacar embarcações de bandeira de Israel, dos EUA, do Reino Unido e possíveis aliados, uma vez que se opõe aos mesmos na guerra israelense na Faixa de Gaza. Foto: Freepik
Internacional
Crise no Mar Vermelho faz locação de contêineres subir 223% na rota China-EUA
Valores também dobraram em outros cinco trajetos internacionais
As taxas de locação de contêineres na rota comercial entre a China e os Estados Unidos da América (EUA) subiram 223% em comparação com o período anterior à crise no Mar Vermelho. A rota Nimpó-Nova Iorque teve o maior aumento de preço, saltando de US$ 535 em novembro de 2023 para US$ 1.730 em fevereiro deste ano. Os dados são da plataforma Container x Change, empresa de logística que gerencia e reserva a locação de contêineres para companhias do segmento.
Os valores mais que dobraram também em outros cinco trajetos: Xangai-Oakland (216%), Nimpó-Oakland (154%), Xangai-Savannah (130%), Xangai-Nova Iorque (128%) and Nimpó-Savannah (109%).
“Embora o aumento repentino do Ano Novo Chinês tenha contribuído, foram os tumultos causados pelo redirecionamento do Mar Vermelho que serviram como o principal catalisador para o aumento das taxas de arrendamento de contentores.”, comenta Christian Roeloffs, cofundador e diretor executivo da Container x Change.
Ainda segundo o levantamento, o contínuo aumento nos preços dos fretes pode fazer com que o custo de exportação de bens de consumo suba, já que a crise reflete na margem de lucro dos fabricantes e exportadores e o prejuízo acaba sendo repassado para o consumidor final através de maiores preços de produtos importados.
Pecém
Não é apenas entre a China e os EUA que a crise política na Ásia tem dificultado as rotas comerciais. Os conflitos no Canal de Suez, somado à seca no Canal da Mancha, tornaram mais caro passar pelo Porto do Pecém, no Ceará, que já registra um aumento no frete de 25% a 50%, dependendo da origem da carga.
No caso, os navios que vêm da Ásia têm desviado a rota de navegação, passando pelo sul da África – o que aumenta a viagem em 10 dias e impacta no aumento do valor da viagem.
A série de ataques a navios comerciais e militares têm ocorrido no Mar Vermelho e nas proximidades do Golfo de Aden desde novembro do ano passado, e são reivindicados pelos Houthis, nome mais comum dado ao movimento político-religioso Ansar Allah, do Iêmen.
O grupo passou a atacar embarcações de bandeira de Israel, dos EUA, do Reino Unido e possíveis aliados, uma vez que se opõe aos mesmos na guerra israelense na Faixa de Gaza. Na última segunda-feira (12), uma embarcação grega saída do Porto de Vila do Conde, no Pará, foi atacada por mísseis antinavios na região. Apesar das avarias, não houve feridos e o navio conseguiu seguir viagem.