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O prefeito de Cubatão, César Nascimento, apresentou a proposta ao vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin. Foto: Thiago Macedo/Prefeitura de Cubatão
Região Sudeste
Cubatão oferece área de 1 milhão de m² ao Governo para instalação de pátio
Prefeitura sugere área licenciada no Polo Industrial e reforça oposição ao projeto da APS na Ilha do Tatu
A Prefeitura de Cubatão (SP) apresentou ao Governo Federal uma proposta para a instalação de um condomínio logístico com um pátio de caminhões, oferecendo uma área de aproximadamente 1 milhão de m² pertencente ao município. A proposta foi entregue ao vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, em audiência realizada na quarta-feira (12), em Brasília (DF).
A Autoridade Portuária de Santos (APS) havia anunciado a construção de quatro novas estruturas logísticas na Baixada Santista, com o objetivo de organizar o fluxo de veículos que acessam o Porto de Santos. As novas unidades, que incluem pátios de caminhões, estão previstas para serem implantadas em Cubatão, Santos, São Vicente e Guarujá, com capacidade para mais de 2.800 veículos e uma área total de 719 mil metros quadrados.
No entanto, o projeto de construção de um pátio de caminhões na Ilha do Tatu foi contestado pela administração de Cubatão. O local proposto pela APS, situado em uma área de preservação ambiental no coração de uma zona residencial que abriga mais de 40 mil pessoas, é considerado inadequado pela Prefeitura devido aos impactos ambientais e urbanísticos. O atual projeto na Ilha do Tatu prevê a ocupação de uma área de 106.637 m², com capacidade para 500 vagas até 2028. O pátio regulador será operado pela Condilog, empresa vencedora da licitação. O contrato de concessão, com duração de 35 anos, prevê um investimento total de R$ 3 bilhões, incluindo a construção de um Parque Ecológico denominado Guará Vermelho na área de preservação.
Em resposta, o secretário de Governo de Cubatão, Allan Matias, explicou a situação, destacando a necessidade de buscar soluções alternativas e mais adequadas para o projeto.
“A prefeitura quer ceder uma área de mais de 1 milhão de m² para poder colocar esse pátio de contêineres”, disse Matias em entrevista ao BE News. “A gente precisa colocar, sim, o pátio de contêineres ali na poligonal, mas em lugares mais estratégicos. Compreendemos a importância do pátio, mas queremos trazer soluções mais adequadas para um assunto tão importante do Porto de Santos, que impacta no PIB do nosso Brasil”.
A proposta da Prefeitura envolve a utilização de um terreno no Sítio dos Areais, dentro do Polo Industrial de Cubatão, às margens da Rodovia Cônego Domênico Rangoni. Este local, já licenciado para empreendimentos, tem capacidade para abrigar o condomínio logístico e um pátio de caminhões com mais de mil vagas. Matias também ressaltou que a escolha desse terreno se deu pela sua localização estratégica para receber o fluxo da terceira pista da Rodovia dos Imigrantes, cuja construção está prevista para os próximos anos.
“Nós não somos contra o desenvolvimento do Porto de Santos. Sabemos a importância de ter um local aconchegante e estratégico para o caminhoneiro poder estacionar”, disse Matias.
O deputado federal Paulo Alexandre Barbosa (PSDB-SP), presente na audiência, também se manifestou em apoio à proposta de Cubatão. Ele destacou a diferença entre a área de preservação ambiental da Ilha do Tatu e a área oferecida pela Prefeitura, que já tem licenciamento e está apta a receber empreendimentos. Barbosa reforçou que o projeto da Ilha do Tatu já enfrenta a contrariedade de órgãos como o Ministério Público.
Alckmin recebeu a proposta e se comprometeu a discutir a questão com o ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, para buscar uma solução para o impasse.
Reunião adiada
Após a audiência com Alckmin, o prefeito de Cubatão, César Nascimento (PSD), e sua comitiva tinham uma reunião agendada no Ministério de Portos e Aeroportos. Contudo, minutos antes do encontro, a assessoria do ministro Silvio Costa Filho cancelou a reunião, justificando que o ministro precisaria participar de uma agenda com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) para discutir o edital de construção do túnel Santos-Guarujá.