Créditos: Kyodo via Reuters
Inovação
Cúpula do G7 encomenda regras para a Inteligência Artificial
Depois do susto inicial, da curiosidade coletiva, do terrorismo em torno da possibilidade da extinção de empregos e da quebra de propriedades intelectuais, chegou a hora de as pessoas que têm mais juízo baixarem a bola e estudarem o que deve ser feito para que a nova geração de Inteligências Artificiais Generativas, como o ChatGPT, faça parte de nossas vidas de forma positiva.
Esse foi um dos “temas sérios” escolhidos para discussão na última cúpula do G7, conforme comunicado lançado no sábado, 20/05/2023, prevendo a formação de um grupo de trabalho, cujas discussões devem começar ainda neste ano, para estabelecer padrões comuns para as ferramentas de Inteligência Artificial.
A OCDE, da qual o Brasil é parceiro-chave, e a GPAI (Parceria Global de Inteligência Artificial) serão cooperadores desse grupo de trabalho, que por enquanto é conhecido como “Processo de IA de Hiroshima”.
Sempre existe muita polêmica sobre o que deve e o que não deve ser regulado e isso não é diferente no caso da IA. Além disso, essas questões sempre esbarram em aspectos culturais de cada sociedade, sendo difícil a construção de regras globais.
De qualquer forma, os representantes dos EUA, da Alemanha, do Canadá, da França, da Itália, do Japão, do Reino Unido e da União Europeia afirmam, no comunicado, que concordam com a necessidade de definição de regras globais “de acordo com valores democráticos compartilhados”.
Assim, além de incentivarem todas as demais nações a avaliarem os impactos da IA regionalmente, já encarregaram ministros de seus próprios países a estabelecerem discussões até o final deste ano.
Entre as diretrizes, ficaram temas como: propriedade intelectual, governança, direitos autorais, transparência, desinformação, uso responsável de tecnologias e respostas à manipulação de informações estrangeiras.
Esse movimento provavelmente foi resultado da carta assinada no começo de abril/2023, por centenas de especialistas e autoridades em tecnologia, pedindo uma pausa de seis meses no desenvolvimento de IA generativas, pois essas ferramentas teriam potencial para provocar uma mudança profunda na história e estariam sendo desenvolvidas sem transparência.
O próprio Sam Altman, CEO da Open AI, desenvolvedora do ChatGPT, defendeu no Senado dos EUA, no dia 16/05/2023, a urgência em se regular a IA. Ora, se o próprio dono da ferramenta teme não ter controle sobre ela, então age corretamente a Cúpula do G7 em motivar essa discussão.
Enquanto isso, os especialistas em tecnologia, que não estão nem aí para discussões políticas, continuam motivados e tentando uns superar os outros na corrida pelo desenvolvimento da IA. Claro que terão que seguir normas, se elas forem publicadas, mas até agora estão livres e nos surpreendem a cada dia.
Para Bill Gates, os ícones dos nossos celulares estão com os dias contados. Segundo ele, vamos simplesmente “conversar” com o algoritmo e ele fará tudo para nós. Hoje, esses algoritmos estão trabalhando com linguagem natural escrita, mas com certeza já devem estar vindo versões baseadas em interação por voz, bem mais avançada do que os comandos de voz que usamos hoje para a Alexa ou para a Siri.
Assim, no dia que a profecia de Bill Gates se concretizar, nossos smartphones terão apenas um botão para ativarmos nosso “cérebro exterior” e, a partir dali, acessarmos nosso banco, chamarmos o taxi, realizarmos compras e tudo o mais que hoje acessamos individualmente por ícones específicos. Quem sabe os nossos tão aguardados Port Community Systems já nasçam assim!