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A questão das melhorias dos acessos aquaviários aos portos foi levantada durante o painel do Sudeste Export que tratou das práticas em gestão de ativos de infraestruturaCrédito: Divulgação/Brasil Export

Região Sudeste

De olho no mercado exterior, operadores pedem melhorias nos acessos aos portos

Atualizado em: 30 de agosto de 2023 às 8:48
Cássio Lyra Enviar e-mail para o Autor

Executivo da BTP afirmou que empresa já aguarda navios de 366 m no Porto de Santos para o ano que vem

As melhorias e demandas em infraestrutura de acessos aos portos não se restringem aos portos da região Sudeste, liderado pelo Porto de Santos (SP), o maior da América Latina. Entretanto, a urgência para ampliação e melhoria de acessos terrestres e principalmente os aquaviários é vista como fundamental para os operadores portuários, visando o mercado internacional. Segundo o COO (diretor operacional) da Brasil Terminal Portuário (BTP) Ricardo Trotti, a demanda da empresa para navios de maior porte já é esperada para o ano que vem e isso pode representar a perda de oportunidades com o exterior.

O tema foi levantado durante o painel 2 do Sudeste Export, Fórum Regional de Logística, Infraestrutura e Transportes, realizado em Belo Horizonte (MG), que abordou a pauta que envolve práticas em gestão de ativos de infraestrutura.

Ricardo Trotti, afirmou que a empresa já acompanha a velocidade em que armadores estão trabalhando no momento para a construção de novos navios, de 366 metros, e que a demanda futura pede melhorias urgentes nos acessos no canal do Porto de Santos.

“Sendo o Porto de Santos o último para exportação, estamos falando somente de calado de 16 metros. Se não, não é vantajoso trazer um navio. É um grande problema porque vamos estar nos atrasando no mercado internacional, perdendo muitas oportunidades. É importante que tenhamos visualização do que acontece no mercado marítimo, com a expectativa dos armadores. Sem calado, não vamos receber esses navios e vamos ficar para trás”, afirmou.

Ainda segundo Trotti, a BTP já tem navios de 366 metros encomendados para meados do ano que vem. “Já fizemos os investimentos em 75% do berço, com as defensas novas, para (receber navios de) 366 m. Os outros 25% vão ser feitos agora até o final do ano”, afirmou.

Segundo o diretor-presidente da Autoridade Portuária de Santos (APS), Anderson Pomini, espera-se que ainda para este ano seja publicado o edital para contratação visando o aprofundamento do canal do Porto de Santos.

“Inicialmente, aprofundamento para 16 metros e na sequência, 17. Isso está no nosso plano de metas. O contrato para manutenção de 15 m está com contrato para vencer no próximo ano, estudamos a renovação ou um novo contrato. Quanto ao aprofundamento do canal nós estudamos a viabilidade jurídica para um contrato de dez anos; é o que queremos”, explicou.

Ernesto Sampaio, diretor-presidente do Porto de São Sebastião (SP), disse que com futuros investimentos que estão em estudos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), está previsto um novo berço de atracação que aumentaria a profundidade do canal.

“Temos um calado modesto em comparação com outros portos, de 9,1 metros. Mas trata-se de uma região que, com os investimentos adequados e a construção de um novo berço, podemos chegar a 20 metros. Um canal alto e dragado, que vai permitir que o porto alcance um grau de sofisticação bastante alto”, revelou.

Presidente do Sudeste Export e advogado especializado em direito portuário, Marcelo Sammarco afirmou que um dos desafios das Autoridades Portuárias públicas é concentrar seus esforços para a melhoria de acessos.

“Em Santos, por exemplo, há a necessidade de aprofundamento e um contrato mais seguro quanto à manutenção da dragagem. O desafio de uma Autoridade Portuária é equacionar, calibrar tarifação e ao mesmo tempo cumprir esse mister de prover a infraestrutura adequada para tornar o porto competitivo e eficiente”, analisou.

Plano de ação

Ao final do painel, o presidente do Instituto Brasileiro de Infraestrutura (IBI) e CEO do Brasil Export, Fabrício Julião, fez um comentário sobre a necessidade de juntar os atores em prol dos ativos e demandas em infraestrutura encontrados nos portos brasileiros.

“Precisamos criar um plano de ação porque vejo todos os atores envolvidos com muita disposição para investimentos e disposição para resolver esses gargalos. Precisamos criar um planejamento mais forte de ação, aproveitar os gestores presentes, já que todos estão com boa intenção”, comentou.

O painel também contou com a participação do almirante Wilson Lima Filho, diretor da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). A moderação foi do jornalista Leopoldo Figueiredo, diretor de redação do BE News.

O Sudeste Export é uma iniciativa do Grupo Brasil Export, com realização da Una Media Group, produção da Bossa Marketing e Eventos e mídia oficial do BE News.

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