O orçamento previsto para o departamento este ano está em R$ 6,5 bilhões (Divulgação/Fetropar)
Rodovias
Dnit alega precisar de R$ 23 bilhões para manutenção e obras em rodovias
Órgão afirmou ao GT de Infraestrutura que o valor foi pedido ao Ministério da Economia este ano
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) afirmou ao Grupo de Trabalhos (GT) de Infraestrutura que pediu ao Ministério da Economia R$ 23 bilhões para realizar obras e manutenção das rodovias brasileiras. Bem mais que o orçamento previsto para o departamento este ano, em torno de R$ 6,5 bilhões.
A afirmação foi dada durante a reunião entre o GT de Infraestrutura e entidades públicas ligadas ao transporte ferroviário e rodoviário, ontem (23). Segundo interlocutores do grupo de transição, o Dnit deverá entregar um estudo detalhado do porquê há a necessidade desse montante.
“Discutimos muito a questão orçamentária do Dnit, e o órgão irá detalhar quais as necessidades de orçamento. O órgão expôs que teria feito um pedido para a Economia de R$ 23 bilhões. Mas a nossa discussão aqui vai ser a capacidade de execução desse orçamento”, afirmou um dos integrantes do grupo de trabalho.
Capacidade de execução é a maneira como o órgão consegue empenhar o montante do orçamento anual. Ou seja, conseguir se comprometer a pagar o valor que foi determinado pela Lei Orçamentária Anual.
Durante a reunião, o Dnit também informou que já fez um estudo interno para avaliar as rodovias brasileiras. O resultado é de que já há uma enorme de degradação da malha desde 2016, e que essa deterioração é crescente e grave.
A informação casa com a recente pesquisa feita pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT). O estudo atesta que o Brasil precisa investir R$ 72,3 bilhões (US$ 14 bi) para restaurar rodovias em más condições,
Atualmente, 66% da malha viária asfaltada avaliada pela CNT necessita de reparos, sendo considerada “em estado regular, ruim ou muito ruim”. O restante é considerado “excelente ou bom”, mostra o estudo. As rodovias em mau estado estão mais concentradas nas administradas pelo setor público e geram um aumento nos custos operacionais de 33,1%, impactando na competitividade do Brasil e no preço dos produtos, segundo a CNT.
Concessões portuárias reavaliadas
Mais cedo, o GT de Infraestrutura fez uma reunião com a Secretaria de Portos do ministério. Nela foram apresentados os estágios e modelos propostos pelo governo para as concessões dos portos públicos brasileiros.
Segundo interlocutores do grupo de trabalho, é preciso olhar se os modelos propostos estão de acordo com o entendimento de privatização do governo eleito. Portanto, todos deverão passar por um crivo de análises e deverão ter sugestões em seus processos.
BR dos Rios continua
Também na reunião foi apresentado o programa de estímulo à movimentação de cargas por hidrovias no país – o BR dos Rios. A proposta não deverá sofrer resistências do governo eleito.