A BR-319 foi construída nos anos 1970 e enfrenta problemas de infraestrutura devido à falta de manutenção, resultando em trechos intransitáveis em períodos de seca ou chuva. Crédito: Divulgação/Dnit
Região Norte
Dnit aprova projetos para pavimentar rodovia que liga Manaus a Porto Velho
Obras na BR-319 vão se concentrar em um trecho de 20 km, mas não há data para abertura da licitação
Foram aprovados os projetos básico e executivo de engenharia para o serviço de pavimentação da BR-319, principal rodovia federal que conecta Manaus (AM) a Porto Velho (RO). A autorização feita pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) é em um trecho de 20 km da via.
De acordo com a Portaria nº 1624, assinada pelo diretor de Planejamento e Pesquisa do Dnit, Luiz Guilherme Rodrigues de Mello, as obras se concentrarão no Lote C da BR-319, identificado como um dos pontos mais problemáticos da estrada.
Com a autorização do Dnit, a próxima etapa será a abertura de licitação pelo Ministério dos Transportes para selecionar a empresa ou consórcio responsável pela extensão da rodovia, abrangendo os quilômetros 198,20 a 218,23. O BE News questionou a pasta sobre o prazo para a abertura desta licitação, mas não teve retorno até o fechamento desta edição.
A pavimentação do Lote C da BR-319, embora prometida pelo Dnit desde 2023, não possui uma data prevista para começar. Em junho do ano passado, o órgão federal havia anunciado planos para recuperar trechos intrafegáveis da rodovia, mas o progresso foi interrompido devido à falta de licenças ambientais.
Com 877 quilômetros de extensão e 48 anos de idade, a BR-319 foi trafegável por 15 anos desde sua inauguração. A rodovia desempenha um papel crucial como a principal conexão terrestre do Amazonas com o resto do Brasil, e tem sido alvo de intensas campanhas eleitorais e demandas políticas por mais de 30 anos para que o governo federal retome o asfaltamento da via.
Nesta semana, por iniciativa da Frente Parlamentar da Câmara Municipal de Manaus, foi realizada uma audiência pública sobre a recuperação da rodovia.
Relevância
A BR-319 foi construída nos anos 1970 e enfrenta problemas de infraestrutura devido à falta de manutenção, resultando em trechos intransitáveis. Durante a estação seca, buracos e poeira são comuns, enquanto no período chuvoso, o desafio é o atoleiro. Atualmente, apenas os trechos próximos às capitais, Porto Velho e Manaus, são asfaltados.
Segundo o estudo independente Climate Policy Initiative (CPI), a reconstrução da BR-319 pode afetar aproximadamente nove municípios no estado do Amazonas, com uma população de mais de 320 mil habitantes, ocupando uma área superior a 300 mil km². Além disso, dentro da zona de influência da BR-319 estão localizadas 49 terras indígenas, 49 unidades de conservação e 140 mil km² de florestas públicas não destinadas.
A pesquisa está ligada à Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), em colaboração com o Projeto Amazônia 2030, e foi publicada pelo portal G1.