Para o presidente da Infra SA, Jorge Bastos, o desenvolvimento do DTe é uma das medidas mais importantes para diminuir a burocracia do transporte de cargas no BrasilCrédito: Divulgação/Brasil Export
Mercosul
Documento eletrônico único: uma solução também para o Mercosul
Especialistas acreditam que o certificado para transporte de cargas irá integrar os países do bloco assim que se estabelecer no Brasil
O Documento Eletrônico de Transportes (DT-e), que deve se tornar um documento único para transporte de cargas no Brasil, pode integrar o Mercosul no futuro e facilitar a movimentação de produtos entre os países membros. Mas antes, é preciso que a iniciativa se estabeleça, de fato, no Brasil.
O assunto foi debatido durante o painel “Iniciativas para melhorias da logística terrestre de movimentação de cargas”, exposto na terça-feira (12), dentro do Mercosul Export, em Montevidéu, no Uruguai. O Fórum de Logística, Infraestrutura e Transportes é uma iniciativa do Grupo Brasil Export, com realização da Una Media Group, produção da Bossa Marketing e Eventos e mídia oficial do BE News.
Participaram da conversa Djalma Vilela, presidente da Multilog e do Conselho do Mercosul Export; Jorge Bastos, presidente da Infra SA; Juan Opertti, diretor da Câmara de Zonas Francas do Uruguai; José Pedro Pollak, presidente da Administración de Ferrocarrilles del Estado (AFE). A moderação foi feita pelo jornalista e diretor de Redação do BE News, Leopoldo Figueiredo.
Para Jorge Bastos, o desenvolvimento do DTe – que teve a integração das bases de dados das fazendas estaduais e do DF aprovada recentemente pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) – é uma das medidas mais importantes para diminuir a burocracia do transporte de cargas no Brasil e, ao ser integrado aos sistemas de fiscalização dos países que fazem parte do Mercosul, poderia reduzir também o tempo de espera que os caminhões aguardam nas fronteiras.
Mas, antes o DTe precisa “funcionar” no Brasil e, em uma segunda fase, poderia ser integrado aos países membros, “se os países não criarem obstáculos”, ressaltou Bastos.
Djalma Vilela também acredita que o DTe é uma boa iniciativa nacional e internacional, mas precisa “primeiro funcionar no Brasil”, o que em sua visão deve levar pelo menos três anos. “Seria um projeto em médio prazo”, citou.
Logística e transporte terrestre
Ao ser questionado sobre como melhorar a logística do transporte terrestre no Mercosul, o presidente da Infra SA afirmou que faltam vontade política e projetos viáveis, tanto para o modal rodoviário como para o ferroviário. “Dinheiro para investir, tem”, garantiu.
Jorge Bastos afirmou que a gestão atual do governo Federal está “totalmente disposta” a realizar obras para melhorar a logística nacional e internacional, e que o ministro dos Transportes, Renan Filho, está focado em aperfeiçoar a infraestrutura para o transporte rodoviário e ferroviário, incluindo maior participação do modal ferroviário.
Ele também garantiu que o Plano Nacional de Logística (PNL), um dos principais instrumentos que o Poder Público dispõe para planejar, no longo prazo, a infraestrutura de transportes brasileira, irá direcionar o Brasil pelos próximos 30 anos e poderá contemplar o Mercosul.
“É preciso discutir com todos os modais, operadores, sociedade, porque todos são impactados pela logística. Se (o PNL) for aprovado pelo Congresso, meu sonho é que ele seja um Plano de Estado e não de Governo para que as prioridades sejam mantidas independentemente de governos”, disse Jorge.