Edson Celulari: “É um presente da natureza cuidar de um filho”

Nesta edição, celebrando o Dia dos Pais, a coluna traz uma entrevista com o ator e diretor Edson Celulari, que fala sobre o desafio de ser pai da pequena Chiara, de cinco meses. Há também um bate-papo com a CEO da start-up Flowls, Anna Valle, além de dicas sobre artes, teatro e exposições. Confira. 

“Nem sempre é necessário tornar-se forte.

Temos que respirar nossas fraquezas”

Clarice Lispector

Momentos de tristeza e insegurança fazem parte da vida. E aceitar receber apoio e carinho nessas horas não é sinal de fraqueza. Conheço algumas pessoas que não abrem a guarda e preferem manter a postura de autonomia e força, mesmo quando estão fragilizadas. Há outras que ficam esperando oferecimentos de ajuda e esquecem que estender a mão não é só para dar. Saber receber também é uma bênção. Quando você mesmo não quer enxergar suas fragilidades e tenta disfarçar as dores, não abre espaço para o que há de humano em nós.

Foco: A mágica da paternidade

Edson Celulari com a pequena Chiara, de cinco meses (crédito: acervo pessoal)

Enzo, 25 anos, é o filho mais velho, Sophia está com 19 anos e Chiara completou cinco meses. O ator e diretor Edson Celulari diz com toda convicção que adora o ofício de ser pai: “É um presente da natureza cuidar de um filho, acompanhar e se debruçar sobre as questões de cada fase da vida. Não adianta dizer que são três, cada um é cada um, e são diferentes; cada um exige um tipo de cuidado, de sensibilidade, de aproximação. Essas diferenças é que são a mágica boa do ofício de ser pai ou de ser mãe. Eu tento ocupar todo o espaço de maneira saudável. Sou muito feliz na missão de pai”. E para falar sobre paternidade ele deu uma entrevista exclusiva para a coluna. Confira:

Um bebê nessa fase da vida traz muitas mudanças, não? 

A demanda de uma bebê em casa muda toda rotina. Eu já vivi isso duas vezes, eu gosto muito de exercitar a função de pai. Criar um filho, acompanhar as conexões que o cérebro do bebê faz, o que vê e escuta, é fantástico. Algumas coisas mudam, mas essa magia não muda com o tempo. Você pode mudar os equipamentos eletrônicos da sua casa, mas observar e acompanhar o crescimento do ser humano vai ser sempre igual. 

Você participa bastante?

Como aconteceu no meio da pandemia, eu me permiti ficar em casa para evitar pegar o vírus da Covid. Estava em casa quando ela nasceu. Eu pude ficar ao lado da Karin em todos os momentos. Foi ótimo. Se eu estivesse trabalhando em ritmo alucinante, como normalmente estou, seria mais difícil, e não gostaria de perder a chance de acompanhar a criação da Chiara mais de perto até agora.

Que tipo de pai é você? 

Eu sou do Interior, de Bauru, e lá escutava uma frase do meio rural. Dizem que quando o pai cuida muito fica lambendo a cria, como fazem os gatos, vacas, cachorros, cuidando o tempo todo. Usamos para o humano de uma forma divertida. Por mim cuidaria e lamberia a cria o tempo inteiro. Sou o tipo de pai curioso, atencioso, faço questão de estar presente. Como vou perder essa oportunidade de perceber o crescimento e a percepção da Chiara com o mundo? É uma experiência única e maravilhosa. 

Em que fase ela está agora?

Com cinco meses, ela já identifica muita coisa, cria um diálogo não com palavras, mas de entendimento e sentido das coisas, é uma fase maravilhosa. Ela te responde com um sorriso, você põe no peito e ela dá um uta no papai, isso não tem preço, é uma experiência humana que não se deve perder. Eu e Karin o tempo todo conversamos, pesquisamos informações sobre as novas fases, fui todas as vezes ao pediatra, dividimos as funções de uma forma generosa e aproveitando cada segundo.

O que acha importante passar para os filhos?

Na verdade, o que ensinamos está nas nossas ações mais do que nas nossas palavras. Eu tenho uma visão sobre a vida, a maneira como eu ajo e as decisões que eu tenho que tomar, os meus valores, tudo isso faz parte do pacote Edson que é o pai, a referência primeira junto com a mãe. Tudo o que passei para o Enzo e Sophia (filhos do casamento com Cláudia Raia) foi importante. Hoje, quando eu escuto como eles são educados e interessados pela vida, fico muito orgulhoso. Acho que não vai ser diferente com a Chiara. 

Assusta pensar no futuro para ela?

O futuro sempre será uma incógnita, ao mesmo tempo que é preocupante, é fascinante, e é assim que deve ser. Jorge Luis Borges dizia que sempre saía de casa porque sabia que encontraria na próxima esquina algo desconhecido, o imprevisível, que se soubesse o que iria acontecer nem sairia. Acho que a vida também é assim, se a gente fica tentando prever muito, acaba não dando certo. Você tem que preparar seus filhos para a vida, uma hora eles têm que tomar as decisões e cada um vai reagir de uma forma, por mais que você tenha uma aproximação diferenciada.

Qual o desafio?

Saber que o seu filho não será perfeito, será especial porque é seu filho, mas será um no meio de tantos outros na escola e no mercado de trabalho. A realidade do mundo atual é um problema, mas nos anos 20, 30, os problemas eram outros como guerras, doenças que não tinham cura ou vacina. O mundo sempre vai apresentar questões difíceis, e nunca será perfeito. Você tem que preparar seu filho para enfrentar esse mundo imperfeito. Essa é a grande lição de todo pai e mãe.

Você e Karin são atores, estão com algum projeto conjunto?

Fizemos um curta, dirigi um longa em que somos atores e produtores. Estávamos com um projeto engatilhado para fazer teatro em Portugal. É um sonho meu, mas nunca consegui, minhas produções são grandes e com muitos atores, isso inviabiliza o deslocamento. Mas queremos retomar para o ano que vem um espetáculo divertido e num outro país. Uma boa peça é sempre bem recebida pelo público português.

Algum papel de pai ou de filho marcou mais sua carreira?

Um papel de filho marcante nas novelas foi o Flamel, de Fera Ferida. Eu fazia um filho que voltava para a cidade natal para vingar o pai que tinha sido assassinado. Era um personagem movido pelo sentimento de honrar o pai, um conflito, foi uma novela de grande sucesso. A opção de personagem pai foi Dom Sabino, de O tempo não para, um superpai, atento e delicado. Ele e a família vinham de outro século e tentavam se adaptar aos tempos atuais. 

Ser pai é …

Estar atento e forte. Isso explica o personagem paterno diante de uma família, de uma sociedade, do mundo. Se você está determinado nos seus valores e atento ao ser que está absorvendo o mundo a cada dia, tem grandes chances de criar um filho que terá uma oportunidade de mudar o planeta. Fazer parte dessa cadeia é maravilhoso, da mesma forma que eu fiz parte da cadeia dos meus pais. Nossa missão é levar a boa mensagem, interferir como é possível para melhorar as relações sociais para uma sociedade mais justa.

Mergulho: “A Logística está em tudo “

Anna Valle é a fundadora e a CEO da start-up Flowls,

A mineira Anna Valle, CEO e fundadora da plataforma Flowls, saiu de Guaxupé para cursar Engenharia de Produção e Civil na Universidade Federal de Santa Catarina. Morou durante cinco anos em Florianópolis e mais meio ano em Brusque, antes de se mudar para São Paulo, em 2011, e definir o rumo da vida profissional.

Em Santa Catarina, sua primeira experiência na área de logística foi no Instituto de Desenvolvimento Logístico, com a operação de um software para cadeia de suprimentos. O que para os leigos parece indecifrável, ela explica com simplicidade. “A logística está em tudo. Sempre tenho trabalhado na melhoria dos processos, identificando os elos mais fortes e mais fracos da cadeia logística para eliminar os gargalos”.

Em São Paulo, ela criou a plataforma Flowls (atualmente com sede no Cubo Itaú), que integra e automatiza todo o fluxo de operação de logística e comércio exterior. 

“A cadeia logística é como um quebra-cabeça, com peças soltas e repleta de complexidade”, ela comenta. Explica que atuam diferentes intervenientes (agente de carga, despachante, embarcador, importador, exportador, indústria, fornecedor, governo e outros) que participam, juntos, de três grandes fluxos: o fluxo de materiais, o fluxo financeiro e o fluxo de informações.

O grande desafio, segundo Anna, é reunir as informações fragmentadas de todos esses fluxos e sistemas. “As várias partes envolvidas na cadeia têm pouco ou nenhum conhecimento das ações umas das outras e essa falta de comunicação gera muita ineficiência, desperdício e pode levar à desconfiança entre os fornecedores e seus clientes. O problema fica ainda pior quando você está operando globalmente”.

Geralmente, os usuários fazem controles de informações de forma manual, consultando sites e sistemas, copiando e inserindo em uma planilha Excel. A comunicação é realizada por e-mails, telefones e whatsapp. “Nosso trabalho na Flowls é justamente integrar todas as partes envolvidas, monitorar e digitalizar o fluxo do processo de ponta a ponta. Todas as informações ficam disponíveis e visíveis. E ainda temos a flexibilidade de personalizar de acordo com o segmento e necessidade do cliente. Isso vale para qualquer tipo de empresas logísticas, como importadores, exportadores, armadores, transportadores e terminais”, define.

Com esse controle as empresas conseguem enxergar todo o processo em tempo real, ter planejamento para conseguir tomar decisões, evitar custos e tomar decisões mais assertivas e com maior previsibilidade.

Anna participou recentemente do Fórum Santos Export e ficou entusiasmada com os painéis e os contatos: “Lá estavam os maiores investidores e atores do setor, quem está construindo o futuro do porto e tem tudo a ver com o futuro da logística. O que nós queremos é construir juntos esse futuro. Pena que ainda há poucas mulheres no setor, mas isso já está mudando”.

Sempre que pode Anna volta a Guaxupé para matar a saudade dos pais, da família e dos amigos. Sente falta das praias de Floripa, mas está muito feliz em São Paulo. E para quem até há dois anos vivia mais à base de congelados, a pandemia e morar com o namorado trouxe uma novidade em seu cotidiano. Agora ela tem como hobby também a cozinha e revela o segredo: “Comecei a seguir a Nicole Girardi no Instagram (@niemcasa) e as receitas são fáceis e deliciosas”.

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Crédito: Divulgação

O Instituto ELA Educadoras do Brasil criou o Selo de Responsabilidade Social Feminina para apoiar e incentivar as escolas, universidades e empresas no desenvolvimento de projetos e ações que favoreçam as mulheres brasileiras em situação de vulnerabilidade social, emocional e profissional. Saiba mais em www.institutoela.org.br/selo-responsabilidade-social-feminina

O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) instituiu o Programa Nacional do Hidrogênio (PNH2) e estabelece a estrutura de governança na Resolução Número 6, de 23/06.2022. Nos últimos anos, o mercado de hidrogênio tem se tornado prioridade na estratégia climática e de energia de diversos países por prover uma alternativa para setores de difícil abatimento de emissões de carbono.

E de 9 a 18 de setembro a cidade de Santos, São Paulo, recebe mais uma vez o MIRADA – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas, realizado pelo Sesc São Paulo. Entre as atrações está “Dragón”, um dos mais recentes espetáculos do diretor chileno Guillermo Calderón, um expoente do teatro contemporâneo em seu país.

A cidade de Guarujá, no Litoral de São Paulo, dá exemplo com a lei que institui programa de combate ao assédio sexual no transporte público.  Segundo a Prefeitura, ao primeiro sinal de violência contra a mulher, o motorista deve parar o veículo e instruir a vítima a chamar a Polícia. A mulher que estiver se sentindo importunada ou qualquer um que testemunhe o ato poderá acionar o sinal de parada de ônibus.

Matéria do jornal Valor mostra que, de acordo com a Stanford Graduate School of Business, fazer transformações em si mesmo e no emprego exige esforço, mas pode produzir efeitos duradouros e aumentar o nível de felicidade no trabalho.

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Segundo a BBC, novas pesquisas mostram que a água da chuva na maioria dos locais da Terra contém níveis de produtos químicos que “excedem muito” os níveis de segurança. Essas substâncias sintéticas – poli e perfluoroalquil – são usadas em produtos como panelas antiaderentes, espuma de combate a incêndio e roupas impermeáveis.

O tabagismo está entre os principais fatores de risco para o câncer do pulmão. O Agosto Branco chama atenção para a importância da prevenção do tipo de câncer que mais causa mortes no mundo.  Foram 1,7 milhão de vítimas no mundo em 2020, mais de 30 mil mortes apenas no Brasil, segundo a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC).

Mostra: Vamos ajudar o ET?

Lá se vão 40 anos, mas a história da amizade entre o extraterrestre perdido e o garoto Elliot continua mágica. Em comemoração ao aniversário dos 40 anos desse personagem querido do cinema, o Pátio Higienópolis e a Universal Studios se uniram para criar a mostra interativa que é um mergulho no filme famoso de Steven Spielberg. Na área de cerca de 250 metros quadrados do Vão Central do shopping, por meio de cenários, cores, sons, fotos e outros recursos visuais, E.T. 40 Anos leva o público a sentir as emoções dos pequenos personagens ao tentar ajudar o E.T. a encontrar sua família, em algum lugar no espaço. E tem até o voo de bicicleta em meio às estrelas, sensação reproduzida para os fãs brasileiros pela primeira vez, com recursos de realidade virtual.E.T. 40 Anos
Até 2 de outubro.
Que horas: Segunda a Sábado, das 10h às 22h; Domingos e Feriados, das 14h às 20h.
Shopping Pátio Higienópolis
Av. Higienópolis, 618, São Paulo
Piso Veiga Filho – Vão Central

Teatro: Encontro improvável

Foto Lúcio Luna

Um jovem solitário e obcecado pela morte encontra uma octogenária livre e apaixonada pela vida. O filme “Ensina-me a viver” foi um grande sucesso na década de 70 e agora essa história ganha montagem no Teatro Porto, em São Paulo, a partir do dia 19 de agosto, com Nívea Maria e Arlindo Lopes nos papéis principais. 

Harold tem mania de visitar cemitérios e, numa dessas visitas, conhece Maude, uma mulher que aproveita cada segundo como se fosse o último. É um encontro inusitado e improvável, mas a sintonia é imediata. Maude abre para Harold um mundo de prazeres, alegria e liberdade. Sobre sua personagem, Nívea diz: “Estou muito feliz por representar uma mulher de quase 80 anos que, apesar das dificuldades impostas pela sociedade, mostra caminhos e soluções. Eu também estou chegando aos 80 com alegria e energia de criar”. O texto de Colin Higgins, traduzido por Millôr Fernandes, foi adaptado e dirigido por João Falcão. Desde a estreia (2007), foi vista por 850 mil espectadores.

Serviço:
De 19 de agosto a 9 de outubro;
sextas e sábados às 20h e domingos às 17h.
Plateia R$ 100 / Meia-entrada R$ 50;
Balcão e Frisas R$ 80 / Meia-entrada R$ 40
Teatro Porto – Al. Barão de Piracicaba, 740, Campos Elíseos, São Paulo.
Telefone (11) 3366.8700

Confira!

Imagens especiais

Os grandes navios que operam no Porto de Santos estão entre os temas preferidos para fotos e vídeos de Luiz Fernando Hellmeister de Oliveira Martins, dono do perfil @drone_013 no Instagram, que vale muito a pena conhecer. Nando nasceu em Santos e começou o insta quando parou de fazer provas de ultramaratona e foi justamente durante uma competição que pensou que gostaria de compartilhar imagens de lugares acessíveis apenas aos atletas. Daí ao drone e à captação de belas imagens foi um passo. Por enquanto ele trabalha em uma Comissária de Despacho Aduaneiro, mas sonha em atuar somente com imagens. Cenas de surf, corrida, skate e outros esportes também fazem parte de sua paixão nas filmagens.