A crescente movimentação de celulose no Porto de Santos motivou o Ogmo a promover um processo seletivo para preparar novos consertadoresCrédito: Divulgação/Eldorado
Região Sudeste
Elo do Porto de Santos, Ogmo completa 28 anos de fundação
Diretor-executivo falou sobre os desafios e a sua importância no cenário portuário
O Órgão Gestor de Mão de Obra do Trabalho Portuário de Santos (Ogmo/Santos) completa nesta segunda-feira (15) 28 anos de atuação no Porto de Santos, o maior terminal portuário da América Latina. Em entrevista exclusiva ao BE News, o diretor-executivo do Ogmo/Santos, Evandro Schmidt Pause, falou sobre os desafios para a entidade e a sua importância, no que ele considera o elo do porto.
Criado em maio de 1995, a ideia de sua criação foi centralizar e unificar em uma só entidade a gestão de mão de obra portuária para os operadores portuários. Para o dirigente, um dos desafios do Ogmo é acompanhar a evolução tecnológica nas operações para poder fornecer a melhor mão de obra qualificada.
“O grande desafio que temos sempre é conseguir fornecer mão de obra qualificada, para atender a demanda dos operadores. Em um ambiente onde os operadores fazem investimentos significativos em equipamentos, modernização dos terminais e operações, o grande desafio do Ogmo é suportar adequadamente a mão de obra qualificada para atender essa demanda. Este trabalho é um dos mais desafiadores hoje em relação ao papel do Ogmo nesse elo entre o operador e o trabalhador. Qualificação da mão de obra para que ela esteja acompanhando a evolução tecnológica que acontece nas operações portuárias. O Ogmo tem investido em treinamentos, em reciclagem, seja com recursos da entidade, seja também em parceria com os próprios operadores”, analisou Evandro.
Desde 2019, a entidade passou a contar com a Escala Digital, um meio remoto de escalação de trabalhadores, que podem conferir as ofertas de trabalho pelo celular via aplicativo do Ogmo Santos Digital, ou também pelo site oficial do órgão.
“O Ogmo conseguiu, com seu processo, fazer a escala remota, digital, via aplicativo ou site do Ogmo. Democratizar definitivamente a escala. Quando não era dessa maneira, você podia ter influência de escolhas por pessoas que coordenavam os trabalhos. Com a escala 100% remota, ele faz a escala de onde está, que é um benefício. Ele pode estar no supermercado, abre a escala, se candidata para uma vaga que se engajou, larga as compras em casa e vai trabalhar. É uma forma totalmente democrática, porque é rodízio sequencial e numérico”, comentou.
Elo do porto
Evandro ressaltou a importância do Ogmo/Santos como o elo do porto, no qual consegue juntar duas frentes, o capital e o trabalho, de uma maneira eficiente.
“É a busca do atendimento da demanda dos operadores portuários, de forma linear, de forma uniforme para todos, quem quer que seja. E ao mesmo tempo dar garantia aos trabalhadores, buscar qualificação, remuneração e pela segurança do trabalho. Acho que o papel do Ogmo como um provedor de benefícios, de garantia de padronização, de bom atendimento tanto do que o operador precisa quanto do que o trabalhador precisa do outro. Ogmo é um facilitador dessa integração entre as duas partes”, analisou.
Trabalhadores
Atualmente, o Ogmo administra aproximadamente 5,9 mil trabalhadores portuários avulsos, dos quais 2,8 mil estão ativos, concorrendo diariamente às ofertas de trabalho. Cerca de 1,2 mil trabalhadores são vinculados aos operadores portuários, sob regime de CLT e, portanto, não concorrem à avulsabilidade. O número restante pertence aos inativos, seja por motivos de saúde ou idade.
Em março deste ano, 47 consertadores foram diplomados após participarem de um processo seletivo, do ano passado, promovido pelo próprio órgão. A demanda por trabalhadores dessa classe se deu pela crescente movimentação de celulose no Porto de Santos.
“Neste momento nós não temos nenhuma outra categoria com demanda técnica para inclusão de novos trabalhadores. Isso significa que não haverá nenhum processo seletivo nos próximos anos? Primeiro que a coisa evolui, a situação é evolutiva e revisada continuamente. Segundo aspecto é que pode haver uma convenção coletiva entre os sindicatos, patronal e laboral, onde por um acordo mútuo se entenda que é importante colocar pessoas novas, oxigenar o sistema, garantir o planejamento futuro”, finalizou.