O Brasil tem 13 concessões rodoviárias previstas para irem à leilão neste ano, disponibilizadas em estados como Minas Gerais, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Goiás, Rondônia e Paraná, e investimentos estimados em R$ 122 bilhões (US$ 23,3 bilhões). Foto: Ministério dos Transportes
Rodovias
Representantes de 15 países são convidados a investir em rodovias brasileiras
Coordenada pelo Ministério dos Transportes, comitiva visita Estado em busca de investimentos
Uma comitiva do governo brasileiro, coordenada pelo Ministério dos Transportes, está em Nova Iorque (EUA) nesta semana para apresentar a representantes de empresas de 15 países e do mercado financeiro global, “os motivos que fazem do Brasil um dos melhores destinos do mundo para se investir em infraestrutura”, de acordo com a pasta.
Nesta quarta-feira (15), mais de 100 executivos conheceram detalhes do programa federal e da modelagem de concessões rodoviárias, contratos com segurança jurídica, preocupação socioambiental e ativos rodoviários com média de 500 quilômetros de extensão voltados para escoamento da produção nacional.
O Brasil tem 13 concessões rodoviárias previstas para irem à leilão neste ano, disponibilizadas em estados como Minas Gerais, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Goiás, Rondônia e Paraná, e investimentos estimados em R$ 122 bilhões (US$ 23,3 bilhões).
“É uma carteira bastante diversificada, mas com uma característica em comum: garantir o escoamento da produção pelo país e outros destinos do mundo”, explicou o secretário-executivo do ministério, George Santoro, que comanda a comitiva.
Ele ressaltou a “excelente receptividade” dos participantes do roadshow, com os quais a equipe tem promovido reuniões bilaterais ao longo da semana – uma agenda construída com a contribuição, inclusive, da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil. “Nossa produção vem crescendo nos últimos anos e precisa de melhorias logísticas, o que atrai o interesse do investidor estrangeiro, que vê o valor agregado existente nessa cadeia alimentar. A atração de investimentos estrangeiros é importante para o país por desonerar o caixa do governo e melhorar a infraestrutura, simplificando e reduzindo o custo para os nossos produtores”, completou Santoro.
Conforme a secretária nacional de Transporte Rodoviário, Viviane Esse, o interesse internacional em rodovias federais pode trazer mais competitividade ao setor, assim como tarifas menores aos usuários. “Temos observados uma maior atração de investidores estrangeiros com os leilões que realizamos. Inclusive, de grupos que nunca atuaram no Brasil e outros que já atuaram, mas se afastaram em algum momento, e estão voltando os olhos para o nosso país. Isso traz mais competição e preços menores no valor final da tarifa aos usuários”, detalhou.
Em suas apresentações, os secretários enfatizaram os dispositivos inclusos nos novos contratos de concessões das estradas federais para conferir mais segurança jurídica, mecanismos de mitigação de riscos e sustentabilidade aos projetos. Também foram apresentados os incentivos fiscais disponíveis aos investidores, sejam do Brasil ou do exterior, como a Lei de Debêntures de Infraestrutura e o programa federal de hedge cambial, que protege investidores das variações abruptas do dólar, por exemplo.
Acompanham as apresentações ao menos 100 executivos de construtoras, concessionárias e do mercado financeiro, vindos de países como Argentina, Chile, Colômbia, Equador, França, Alemanha, Itália, Japão, México, Panamá, Peru, Espanha, Reino Unido, Uruguai e Estados Unidos.
George também destacou a importância de investimentos voltados à resiliência da infraestrutura nacional. “Nenhum governo do mundo fortalecerá a resiliência de sua infraestrutura diante da intensificação desses eventos extremos de forma isolada. É preciso a participação da iniciativa privada, de parceiros capazes de contribuir com as melhores e mais modernas práticas internacionais”, acrescentou George Santoro.
Diretor da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Felipe Queiroz, citou o caráter institucional do roadshow em Nova Iorque. “Estamos neste evento alinhados com BNDE, TCU e todas as demais instituições do setor de transportes que estruturam, modelam, aprovam e gerenciam projetos de infraestrutura é muito importante para demonstrarmos aos investidores internacionais a qualidade dos projetos, o avanço da regulação e a segurança jurídica que há no Brasil para eles fazer investimentos de longo prazo”, pontuou.
A comitiva do governo federal permanece em Nova Iorque até sexta-feira (17), dando continuidade à agenda de reuniões bilaterais com grandes nomes do mercado internacional, como Allianz Global Investors, Morgan Stanley Infraestructure Partners e Goldman Sachs.