Valles apontou o ganho logístico da hidrovia, dizendo que a mesma carga transportada de Montevidéu para o Brasil percorreria em torno de 200 km por hidrovia e de 450 a 600 km por rodovia (Reprodução/Meta BE)
Internacional
Embaixador Guillermo Valles tem grande expectativa sobre a Hidrovia Brasil-Uruguai
Ele foi um dos convidados do programa Meta BE, que também abordou assuntos como o Portugal Export e perspectivas em relação ao Governo Lula
O intercâmbio bem-sucedido no Portugal Export, realizado em novembro, e a expectativa sobre o Mercosul Export, que ocorrerá em 2023, foram os destaques do sexto e último Meta BE do ano. O programa, apresentado pelos jornalistas Bruno Merlin (diretor de Comunicação do Brasil Export) e Leopoldo Figueiredo (diretor de Redação do BE News), foi transmitido online, na tarde de ontem, pelo portal BE News.
A criação da Hidrovia binacional Brasil-Uruguai, entre a Lagoa Mirim e a Lagoa dos Patos, através do Canal São Gonçalo, no Rio Grande do Sul, será um dos temas principais do fórum internacional Mercosul Export, que será realizado em Montevidéu, capital do Uruguai, no ano que vem, e foi um dos temas abordados no programa.
Em sua participação, o embaixador do Uruguai no Brasil, Guillermo Valles, disse que está otimista quanto ao andamento do projeto da Hidrovia Lagoa Mirim-Lagoa dos Patos, no Rio Grande do Sul. “É um projeto pequeno para o Brasil, basicamente tem que fazer a dragagem, mas de enorme importância. Para a economia do Uruguai vai ser fundamental para trazer competitividade, pois a atividade agrícola tem um potencial enorme, com aproximadamente 1 milhão de hectares. A matriz produtiva desse lugar pode mudar completamente a partir da logística”, afirmou.
Valles apontou o ganho logístico que a hidrovia proporcionará em relação ao transporte rodoviário. “Saindo por Lagoa Mirim, atravessando o Canal São Gonçalo, poderíamos usar o magnífico Porto do Rio Grande do Sul, que fica a, mais ou menos, 200 quilômetros da nossa fronteira. Imagine que trazer a mesma carga para Montevidéu por via rodoviária são em torno de 450 a 600 quilômetros de distância”, comparou o embaixador.
Já o diretor-executivo do Conselho do Portugal Export, Marcelo Sobreira, destacou a importância dos debates realizados no fórum realizado nas cidades de Sines e Lisboa, em Portugal, voltados aos negócios em potencial que podem ser realizados entre as empresas portuárias dos dois países. “O que faltava, e a gente está fazendo, é um fórum permanente, colocando players brasileiros e portugueses na mesa”, disse Sobreira.
Sobreira falou também que a posição estratégica de Portugal, como entrada do comércio exterior para a Europa, vem sendo discutida entre os conselheiros do Brasil Export e empresários. “Portugal está em uma posição estratégica, que eles chamam de ‘A Porta do Atlântico’, e os empresários dos portos brasileiros têm que aproveitar essa oportunidade para incrementar o nível de exportação brasileira e importação de produtos portugueses. Para mim, isso é fundamental”, comentou.
“A gente ainda não sabe quem vai ser o novo ministro da Infraestrutura, mas, eu não tenho dúvidas que o Portugal Export, cumprindo a sua missão, vai conseguir trazer os novos representantes do Governo (Federal) para seguir esse caminho de entendimento, geração de oportunidades e soluções, fazendo com que Brasil e Portugal consigam aumentar ainda mais os seus negócios”, afirmou o presidente do Conselho do Portugal Export, Benjamin Gallotti.
Outro convidado do programa, o administrador da companhia portuguesa Yilport Iberia, Diogo Marecos, falou sobre investimentos da ordem de 4 milhões de euros no terminal de contêineres, instalado no Porto de Leixões. “É por aqui que sai a maior parte das produções portuguesas. Esse investimento nos permitiu aumentar a nossa capacidade”, salientou.
Por fim, o CEO do Brasil Export, Fabrício Julião, fez um rápido balanço do ano. “Este foi um ano mágico, com tantos desafios e tão bons resultados. Tivemos a primeira edição do Portugal Export que superou todas as nossas expectativas. Nós temos muita coisa pela frente, do ponto de vista de expansão internacional e, também, com os nossos avanços no Brasil”, destacou.
Fabrício ressaltou sobre a sua intenção de estreitar as relações com o Governo Lula. “É muito importante frisar sobre o papel do Brasil Export em construir uma relação com o novo Governo e mostrar para o mercado e para as autoridades que nós somos apartidários. O nosso grande objetivo é, simplesmente, a melhora e o crescimento da infraestrutura”, concluiu.