Segundo Alessandro Reichert, a participação do Arco Amazônico aumentou, pois houve um crescimento considerável na produção de grãos nessa região nos últimos anos (crédito Livian Neto)
Norte Export
Escoamento de carga do agro pelo Arco Norte triplica em 10 anos
Embarques de produtos pelos portos da região aumentaram de 10% para 32%, entre 2010 e 2021
A participação dos portos do Arco Amazônico (também conhecido como Arco Norte) no escoamento das cargas de exportação do agronegócio triplicou em dez anos. E o fomento ao modal hidroviário para o transporte dos produtos, além de sustentável, reduziria custos e se reverteria em competitividade à região amazônica. É o que apontam os estudos feitos pela Empresa de Planejamento e Logística SA (EPL), do Governo Federal, e que foram apresentados durante o Norte Export – Fórum Regional de Logística e Infraestrutura Portuária, realizado nos dias 12 e 13 deste mês, na Federação das Indústrias do Estado de Rondônia (Fiero), em Porto Velho (RO).
“De 2010 a 2021, a gente teve um crescimento de participação dos portos da região Norte de 10% para 32%. A gente triplicou a participação dos portos do Arco Norte em relação ao que era feito anteriormente, que basicamente só tinha um caminho para escoamento da safra, sobretudo, para exportação, que era por meio de Santos, Paranaguá ou portos do Sul”, apontou o diretor de Planejamento da EPL, Alessandro Reichert, durante a sua apresentação no painel “Desenvolvimento econômico de Rondônia sob a ótica das operações logísticas e da infraestrutura portuária”.
Para o representante da EPL, os números apontam para uma tendência de crescimento do Arco Amazônico como rota de escoamento de safra para exportação e o aproveitamento de hidrovias — corredor logístico natural da região — se reverteria em impactos positivos. “O hidroviário é mais barato, menos oneroso do que o rodoviário. No estudo de caso que envolveria o transporte hidroviário numa extensão de 900 quilômetros, a gente tem um custo de transporte muito menor por tonelada, considerando o escoamento pelo Arco Norte”, destacou.
Segundo Reichert, a participação do Arco Amazônico aumentou, pois “houve um crescimento considerável na produção de grãos nessa região nos últimos anos: de 200 milhões de toneladas em 2016 para 230 milhões em 2021”.
Para atender à demanda, o Governo Federal vem elaborando uma série de ações e investimentos para ampliar a oferta de escoamento como “ampliação dos portos de São Luís (MA), Santarém (PA) e Itaituba (PA), e a modernização do Porto de Porto Velho (RO)”.
Reichert mencionou ainda que o Governo Federal trabalha em uma modelagem inédita para concessão aeroportuária. “Aqui no Arco Norte, nós temos uma modelagem inédita de PPP (Parceria Público-Privada), uma concessão patrocinada, envolvendo oito aeroportos na Região Amazônica, sobretudo do estado do Amazonas”.