As produções de soja (foto), milho e algodão se destacam na Bahia, enquanto, nos outros estados, há destaque também para o arroz, além da soja e do milhoCrédito: Divulgação
Região Nordeste
Estudo aponta aumento de 37% na produção de grãos no Matopiba em dez anos
Região deve atingir 48 milhões de toneladas no período, frente aos 35 milhões atuais
Conhecida como Matopiba, a região formada pelos estados de Maranhão (33%), Tocantins (38%), Piauí (11%) e Bahia (18%), deve atingir uma produção de grãos de 48 milhões de toneladas nos próximos dez anos, alta de 37%, em uma área plantada de 11 milhões de hectares, em 2032/33.
Os números fazem parte do estudo Projeções do Agronegócio, Brasil 2022/23 a 2032/33, elaborado pela Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
Nos últimos dez anos, a produção de grãos no Matopiba aumentou 92%, passando de 18 milhões de toneladas (safra 2013/14) para as atuais 35 milhões de toneladas.
Com 337 municípios, o Matopiba tem como principais produtores de grãos Barreiras, Correntina, Formosa do Rio Preto, Jaborandi, Luís Eduardo Magalhães, Riachão das Neves e São Desidério, na Bahia; Balsas e Tasso Fragoso, no Maranhão; Baixa Grande do Ribeiro, Bom Jesus, Ribeiro Gonçalves, Santa Filomena e Uruçuí, no Piauí; e Campos Lindos, no Tocantins.
De acordo com o estudo das projeções, é surpreendente a taxa de crescimento da produção. Dos 15 municípios selecionados, o aumento da produção deve ser próximo de 40% no próximo decênio. Entre estes, estão Uruçuí (PI), Ribeiro Goncalves (PI), Riachão das Neves (BA) e Jaborandi (BA).
Soja, milho e algodão se destacam na Bahia, enquanto, nos outros estados, há destaque também para o arroz, além da soja e do milho.
Manga e melão
Em relação às frutas, as projeções de produção para os próximos dez anos mostram que os aumentos devem ocorrer em melão (28,7%), manga (22,9%), maçã (21,3%) e uva (16,3%).
De acordo com analistas do setor, o crescimento da produção e da área de melão faz sentido se o Brasil conseguir abrir novos destinos de exportação. O mercado europeu está bem consolidado e o mercado chinês ainda está em negociação. A produção faz uso de tecnologia, sobretudo, no Rio Grande do Norte e no Ceará.
Já para a manga, os aumentos recentes de área podem permitir crescimento da produção. Quanto às exportações, acredita-se na continuidade do crescimento, mas em ritmo menos intenso do que em anos passados.
Para a uva, os aumentos de área no Vale do São Francisco e também a disponibilidade de variedades produtivas podem aumentar a produção no próximo decênio. Ocorreram aumentos significativos em áreas nas regiões de uva de mesa no Sul e no Sudeste do país.
Para a maçã, estimativas apontam que a área de plantio seja praticamente estável nos próximos dez anos, mas com ganhos de produtividade decorrente dos constantes investimentos tecnológicos do setor. Há interesse em novas variedades, mais adaptadas e que possam ser mais adensadas. A exportação da fruta depende da oferta nacional, dos concorrentes e da demanda dos principais destinos. A tendência é de que cresçam os embarques do produto.
Exportações
As frutas brasileiras têm apresentado importância crescente, tanto no mercado interno como no exterior. De janeiro a junho deste ano, o valor das exportações (inclui nozes e castanhas) foi de US$ 533,3 milhões, e a quantidade exportada foi de 483,3 mil toneladas, embarcadas para mais de 120 países. A União Europeia é o principal destino das exportações nacionais.
Limões e limas, melões e mangas são as frutas que apresentaram neste ano (janeiro a junho) os melhores resultados em valor nas exportações – limões e limas US$ 84,6 milhões, melões US$ 69 milhões e mangas US$ 68,4 milhões. As uvas, abacates e maçãs também tiveram desempenho favorável, com US$ 36,4 milhões, US$ 30,1 milhões e US$ 29,5 milhões em receitas, respectivamente.