Os guindastes fabricados pela chinesa ZPMC contêm sensores sofisticados que podem registrar e rastrear a origem e o destino dos contêineres, o que gera preocupações nos EUA. Foto: Freepik
Internacional
EUA vão investir US$ 20 bi para substituir guindastes chineses
Medida visa evitar ataques cibernéticos via sensores que fazem parte dos equipamentos importados
O governo dos Estados Unidos planeja investir US$ 20 bilhões nos próximos cinco anos para fabricar internamente seus próprios guindastes de carga ao invés de importar os produtos da China. A medida visa evitar ataques cibernéticos via sensores que fazem parte dos equipamentos. A China diz que este tipo de preocupação é infundada e “paranoica”.
O anúncio foi feito no fim do mês passado e faz parte de um conjunto de ações que estão sendo tomadas pelo governo com o objetivo de melhorar a segurança cibernética marítima. Elas incluem uma diretriz de segurança da Guarda Costeira dos EUA que exige certos requisitos de segurança digital para guindastes de construção estrangeira atualmente instalados em portos marítimos do país, além de uma ordem executiva do presidente Joe Biden estabelecendo padrões básicos de segurança cibernética para redes de computadores que operam nos portos dos EUA.
O dinheiro será direcionado a uma subsidiária americana da Mitsui, empresa japonesa, que produz guindastes. Esta é a primeira vez, em 30 anos, que este tipo de equipamento será construído em solo americano. Os recursos para a construção são provenientes do projeto de lei bipartidário de infraestrutura de US$ 1 trilhão, aprovado em 2021.
Embora bem feitos e baratos, os guindastes atuais, fabricados pela chinesa ZPMC, contêm sensores sofisticados que podem registrar e rastrear a origem e o destino dos contêineres, o que gera preocupações em relação à China capturar informações sobre o envio de material militar para dentro ou fora dos EUA. Os ZPMC representam quase 80% dos guindastes navio-terra em uso nos portos dos EUA, segundo as autoridades.
Até o momento, representantes do governo dos EUA se recusaram a dizer se os chineses usaram os guindastes para cometer delitos relacionados à segurança nacional.