Executivo vê Brasil liderando agenda de transição sustentável do mundo

Miguel Setas, CEO do grupo CCR, escreveu livro em que lista motivos para o país sair na frente

O Brasil pode liderar a agenda de transição energética do mundo e se tornar um dos principais destinos de investimentos verdes globais. No livro “Gigante pela própria natureza”, lançado em outubro, Miguel Setas, CEO do Grupo CCR, reúne motivos para essa conclusão e cita que o país pode captar entre US$ 2 tri e US$ 3 trilhões, até 2050, atraídos por negócios de energia renovável, mercado de carbono, entre outras iniciativas.

Ele falou sobre este cenário durante sua participação no painel Infraestrutura de Transporte, debatido no evento InfraESG Talks, promovido pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) em parceria com o Brasil Export, na terça-feira (21), na B3, em São Paulo.

“O Brasil tem a maior floresta tropical do mundo, é o país que tem a matriz energética mais limpa do mundo, é o país com a maior diversidade do mundo, a maior reserva de água potável do mundo. Ou seja, para qualquer lado que nos orientemos, o Brasil dá de dez em qualquer outra geografia do planeta”, explicou.

Anderson Pomini, presidente da Autoridade Portuária de Santos (APS), também participou do painel e destacou as medidas que o complexo está tomando para se adaptar às mudanças climáticas e diminuir o impacto ambiental das operações.

“Há um projeto sendo estudado para que o mercado invista na nossa hidrelétrica (Usina Hidrelétrica de Itatinga) e que ela passe a gerar hidrogênio verde para abastecer o nosso cais e os navios que atracam no porto”, explicou. Segundo ele, em breve será lançada a consulta pública sobre o tema.

Além dos citados, participaram do painel Ellen Martins, superintendente da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários; Marco Aurélio Barcelos, diretor presidente da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias; Monica Jaen, diretora de Sustentabilidade do grupo Ecorodovias; Patricia Dutra Lascosque, superintendente Institucional de Logística da Suzano; e Sergio Garcia, presidente da Arteris. A mediação foi feita pelo editor chefe da Agência Infra, Dimmi Amora.

Segurança jurídica

O último painel reuniu autoridades para debater ESG e segurança jurídica. Participaram Celso Peel, desembargador do Tribunal Regional de SP; Fernando Akaoui, desembargador do Tribunal de Justiça de SP; Natascha Schmitt, advogada e fundadora da associação Women on Carbon; Patricia Iglesias, professora de Direito da USP; e Paulo Henrique Reis, coordenador de Diversidade do Kincaid | Mendes Viana Advogados. O debate foi baseado em como aliar a segurança jurídica ao conceito ESG.