Executivos destacam soluções de inovação no setor portuário

Representantes de empresas expuseram iniciativas que vêm sendo colocadas em prática durante painel do Brasil Export

O quinto dia da programação da missão internacional do Grupo Brasil Export pelo Mediterrâneo, a bordo do MSC Fantasia, promoveu uma série de painéis para discutir soluções dentro do setor logístico e portuário brasileiro, nesta sexta-feira (8).

O painel que abriu o dia tratou dos investimentos e soluções de inovação adotadas por terminais de granéis, carga geral e passageiros, abordando ações para estimular esse crescimento. A mesa teve a participação do presidente do Sindicato dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo (Sopesp), Régis Prunzel; do diretor-presidente do Grupo ABA Infra, Luis Floriano; do diretor de logística da Eldorado Brasil, Flávio da Rocha Costa; do vice-presidente executivo da Ultracargo, Helano Pereira Gomes; diretor comercial da Santos Brasil, Ricardo Buteri; e do diretor da Triunfo Logística, Mario Luiz Meira.

Buteri abordou a movimentação de veículos no terminal da Santos Brasil, no litoral de São Paulo. Ele ressaltou a importância da operação no empreendimento, responsável por 30% de toda movimentação de veículos do país. Destacou que isso traz a responsabilidade de oferecer um serviço que vá além do transporte da carga, e trouxe o exemplo da tecnologia usada.

“Nós temos um diferencial que é o sistema de monitoramento da carga, ligado diretamente às montadoras. A partir do momento que nós temos o agendamento das cegonheiras para o TEV (Terminal de Veículos), antes de entrar no gate, inicia-se uma rastreabilidade, onde temos a recepção dos veículos, inspeção pra saber se tem algum tipo de avaria, formação dos lotes, e embarques nos navios”, explicou.

Helano Pereira Gomes falou sobre a importância do investimento em tecnologia nas operações visando trazer mais segurança, eficiência e sustentabilidade para o serviço. Ele citou algumas iniciativas da empresa, como a automatização da central de transferência do terminal de granéis líquidos.

“Isso reduz risco de vazamentos e acidentes. Investimos em tecnologia para reduzir a intervenção humana. É de fundamental importância ter uma operação segura porque muitas vezes o porto está na cidade, junto à sociedade”, afirmou o executivo da Ultracargo, ressaltando a atuação de soluções inovadoras para trazer mais segurança.

Régis Prunzel destacou a expectativa positiva em relação aos projetos de operadores vinculados ao Sopesp, mas pontuou a importância de desenvolver processos regulatórios mais céleres, com o objetivo de impulsionar o crescimento no setor.

“Temos um rito regulatório que consideramos importante, mas, de certa forma, tem uma carga considerável. A gente sente falta de uma velocidade maior nessas autorizações, liberações de obras, principalmente de todos os entes. Desde o município, estado e federais, além da autoridade portuária. Nós devemos continuar buscando uma velocidade maior nas liberações. É um pouco do que a gente espera do novo marco regulatório”, afirmou.

Transferência

Luis Floriano falou sobre a perspectiva para a transferência do terminal marítimo de passageiros de Santos, o Concais, para o Centro Histórico da cidade. A realocação do empreendimento, com maior quantidade de berços e espaço para atracação de navios, integra o plano da Prefeitura de revitalização da região central, que envolve projetos voltados à relação porto-cidade, como o Parque Valongo, e pode favorecer a chegada de mais passageiros ao terminal, segundo o diretor.

Ele estima que as obras devem ter início no primeiro semestre de 2025. Atualmente, o projeto está sendo estudado pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). “As obras devem durar quatro anos. O primeiro ano com as licenças e os outros três de obras. A previsão de entrega é para 2029”, destacou o diretor do ABA Infra, que ainda reforçou a necessidade da temporada de cruzeiros ser estendida no Brasil para impulsionar o crescimento do setor.

Mario Luiz Meira falou sobre os projetos da Triunfo Logística no Porto do Rio de Janeiro, pontuando a importância da parceria com o Governo Federal.

“Hoje nós estamos com grandes investimentos no porto. (As obras numa) extensão de 600 metros do cais para fazer a dragagem, (aumentando a profundidade) para 13,5 metros, que vão começar agora no cais principal (Cais da Gamboa), a pavimentação total da área do cais e, principalmente, a sinalização náutica no nosso canal”.