A participação dos portos do Arco Norte nas exportações creseu em 2024. Foto: divulgação
Região Nordeste
Exportação pelo Arco Norte atinge 40% do milho e soja brasileiros
Balanço foi feito de janeiro a outubro de 2024, na comparação com ano anterior
Os portos do Arco Norte foram responsáveis por 39% das exportações de milho e soja do Brasil entre janeiro e outubro de 2024, totalizando 47,7 milhões de toneladas embarcadas. O dado, divulgado pelo Estatístico Aquaviário da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), reforça a relevância dos portos das regiões Norte e Nordeste no escoamento das safras brasileiras, principalmente Itaqui (MA), Barcarena (PA) e Santarém (PA).
Segundo a Associação dos Terminais Portuários e Estações de Transbordo de Cargas da Bacia Amazônica (AMPORT), o resultado é ainda mais expressivo diante do cenário de seca severa enfrentado pela região Norte nos últimos meses. “Somos resilientes e estamos preparados para crescer cada vez mais, mesmo após um período de seca histórica que vivemos no segundo semestre de 2024”, afirmou a entidade, em nota.
A Amport atribuiu o crescimento à ampla modernização dos portos locais na última década. “Temos uma vocação natural na nossa região, com amplos rios navegáveis, e estamos sempre investindo pesado para a melhoria dos nossos serviços. Somos competitivos do ponto de vista da logística e temos expertise em oferecer soluções mais econômicas e viáveis para nossos clientes, além de aliarmos tudo isso à sustentabilidade e preocupação ambiental”, citou no comunicado.
Os portos amazônicos, localizados nos estados do Pará e Amazonas, responderam por quase 60% das exportações do Arco Norte, no mesmo período da pesquisa. Quando considerado apenas o milho, 80% das exportações passaram por empreendimentos desses dois estados.
A capacidade instalada do Arco Norte para exportação é de 52 milhões de toneladas – e investimentos em andamento prometem elevar esse número para 100 milhões de toneladas nos próximos cinco anos, segundo a entidade.
Importância
O Arco Norte consolidou-se como um dos principais corredores logísticos do Brasil para a exportação de grãos, minerais e outros produtos, abrangendo portos estratégicos nas regiões Norte e Nordeste, como Itaqui (MA), Barcarena (PA) e Santarém (PA). Em 2023, a movimentação de soja e milho nesses portos superou a do restante do país, alcançando 100,8 milhões de toneladas. Entre suas vantagens estão a proximidade dos mercados internacionais e custos logísticos reduzidos.
De acordo com o engenheiro e gerente regional ES, Norte e Nordeste da Wilson Sons, Mateus Melo, uma das empresas que atua no local, a capacidade instalada de exportação deverá dobrar nos próximos anos, passando de 52 para 100 milhões de toneladas, com ampliação de infraestrutura e modernização. Esses avanços reforçam o papel estratégico do Arco Norte no comércio internacional, especialmente com mercados da China, Europa e América do Norte.