Os embarques de trigo dispararam em maio, totalizando 2.737.980,9 de toneladas (1.204.797,1%). Já o preço do grão caiu 56%. Foto: Fabio Scremin / APPA
Nacional
Exportações crescem 8% impulsionadas por trigo
As vendas externas somaram US$ 29,65 bilhões, as importações totalizaram US$ 24,70 bilhões e o País fechou o mês com superávit de US$ 4,94 bilhões na balança comercial
As exportações cresceram 8% e somaram US$ 29,65 bilhões em maio. Já as importações cresceram 33,5% e totalizaram US$ 24,70 bilhões. Os números mostram que a balança comercial do mês fechou com um superávit de US$ 4,94 bilhões e queda de 44,7% em comparação com maio de 2021. Já a corrente de comércio aumentou 18,3%, alcançando US$ 54,35 bilhões. Os dados foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Economia, na última segunda-feira (13).
Segundo a Secretaria de Comércio Exterior, as vendas foram impulsionadas principalmente pelos embarques de trigo e centeio, não moídos, e milho não moído (exceto milho doce). Os embarques de trigo aumentaram 1.204.797,1% em maio em comparação a igual mês do ano anterior. Em números absolutos, foram embarcadas aproximadamente 117 mil toneladas de grãos no mês passado, contra 4 toneladas em maio de 2021. Já as exportações de milho aumentaram 9.260,6%, com aproximadamente 1,7 milhão de toneladas (maio/22) comercializadas contra 13,9 mil toneladas (maio/21).
“É o maior valor em termos de comércio exterior para a série histórica. Chegamos aí em praticamente US$ 30 bilhões em exportação e em US$ 25 bilhões em importação”, afirmou o subsecretário de Inteligência e Estatística de Comércio Exterior do Ministério da Economia, Herlon Brandão.
No acumulado de janeiro a maio deste ano, em comparação a igual período do ano anterior, as exportações cresceram 20,3% e somaram US$ 131,09 bilhões. As importações cresceram 29% e totalizaram US$ 105,96 bilhões. Como consequência destes resultados, a balança comercial apresentou superávit de US$ 25,13 bilhões, com queda de 6,4%, e a corrente de comércio registrou aumento de 24%, atingindo US$ 237,04 bilhões.
Segundo o balanço, apesar da expressiva alta nos embarques de trigo e centeio, não moídos, no mês passado, totalizando 2.737.980,9 de toneladas (1.204.797,1%), o preço do grão caiu 56% no mercado internacional. O trigo foi vendido a US$ 360,5 a tonelada em maio contra US$ 728,4, em maio do ano passado.
Já as exportações de milho não moído, exceto milho doce, totalizaram 7.894,4 toneladas em maio passado (9.260,6%), com alta de 17,1% no preço. O grão foi comercializado a US$ 346 por tonelada contra US$ 295,5, no mesmo mês do ano anterior.
No acumulado de janeiro a maio deste ano, em comparação a igual período do ano anterior, as exportações cresceram 20,3% e somaram US$ 131,09 bilhões. O volume exportado subiu 1,9% e o preço, 19,2%. As importações cresceram 29% e totalizaram US$ 105,96 bilhões. O Brasil importou menos (-2,6%) porque os preços subiram 32%. Como consequência destes resultados, a balança comercial apresentou superávit de US$ 25,13 bilhões, com queda de 6,4%, e a corrente de comércio registrou aumento de 24%, atingindo US$ 237,04 bilhões.
Efeito da guerra na Ucrânia
Herlon disse que o aumento de preços dos produtos é efeito da guerra na Ucrânia. “O conflito tem influenciado o comércio e a economia mundial como um todo, principalmente preços de alimentos e combustíveis. A Rússia e a Ucrânia são produtores e concorrentes do Brasil no comércio internacional para esses produtos”, afirmou.
O subsecretário de Comércio Exterior também acredita que o aumento expressivo de exportações de produtos brasileiros para a União Europeia, 40% de janeiro a maio (veja o quadro) seja um indicativo do reflexo da guerra. “Tivemos um aumento de 47,7% para esse destino (maio), principalmente com a exportação de petróleo. Sabemos que a União Europeia é um grande comprador de petróleo da Rússia, então, pode ser que esteja associado a uma maior aquisição do produto brasileiro. Destaque também nas importações de farelo de soja, produtos siderúrgicos e óleos combustíveis do Brasil”, observou.
Exportações
A expansão das exportações foi puxada, além do trigo e do milho, pelo café não torrado (29%) na agropecuária; outros minerais em bruto (101,8%), minérios de níquel e seus concentrados (184,4%) e óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos crus (26,1%), na indústria extrativa; carne bovina fresca, refrigerada ou congelada (50,9%), farelos de soja e outros alimentos para animais (excluídos cereais não moídos), farinhas de carnes e outros animais (42,9%) e gorduras e óleos vegetais “soft”, bruto, refinado ou fracionado ( 93,3%) na indústria de transformação.
No entanto, reduziram as exportações de frutas e nozes não oleaginosas, frescas ou secas (-37,8%), soja (-6,6%) e algodão em bruto (-10,0%) na agropecuária; minério de ferro e seus concentrados (-25,2%), minérios de cobre e seus concentrados (-25,0%) e minérios de alumínio e seus concentrados (-16,1%) na indústria extrativa; carne suína fresca, refrigerada ou congelada (-23,5%), açúcares e melaços (-29,3%) e ouro não monetário (excluindo minérios de ouro e seus concentrados) (-17,1%) na indústria de transformação.
No acumulado de janeiro a maio deste ano, em comparação com igual período do ano anterior, houve crescimento de 27,1% em agropecuária (US$ 32,51 bilhões); queda de 3% em indústria extrativa, que chegou a US$ 28,73 bilhões e crescimento de 30,2% em indústria de transformação, que alcançou US$ 69,26 bilhões. A associação destes resultados levou ao aumento do total das exportações.
Influenciaram o aumento das vendas externas, o milho não moído, exceto milho doce (102%), café não torrado (53%) e soja (22,7%) na agropecuária; outros minerais em bruto (57,6%), minérios de níquel e seus concentrados (99%) e óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos, crus (34,5%) na indústria extrativa; carne bovina fresca, refrigerada ou congelada (62,8%), farelos de soja e outros alimentos para animais (excluídos cereais não moídos), farinhas de carnes e outros animais (44,5%) e óleos combustíveis de petróleo ou de minerais betuminosos (exceto óleos brutos) (84,3%) na indústria de transformação.
Por sua vez, caíram as exportações de frutas e nozes não oleaginosas, frescas ou secas (-16,6%), mel natural (-36,1%) e algodão em bruto (-7,6%) na agropecuária; minério de ferro e seus concentrados (-29%), minérios de cobre e seus concentrados (-16%) e minérios de alumínio e seus concentrados (-14,8%) na indústria extrativa ; carne suína fresca, refrigerada ou congelada (-18,2%), açúcares e melaços (-12,8%) e ouro não monetário (excluindo minérios de ouro e seus concentrados) (-9,7%) na indústria de transformação.
Importações
Em maio deste ano, o Brasil importou mais trigo e centeio não moídos (9,7%), cevada não moída (127,8%) e frutas e nozes não oleaginosas, frescas ou secas (42,5%) na agropecuária; outros minérios e concentrados dos metais de base (61,9%), carvão, mesmo em pó, mas não aglomerado (238,9%) e óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos, crus ( 41,5%) na indústria extrativa; óleos combustíveis de petróleo ou de minerais betuminosos (exceto óleos brutos) (148,4%), adubos ou fertilizantes químicos (exceto fertilizantes brutos) (261,4%) e válvulas termiônicas e tubos de vácuo, de cátodo frio ou foto-cátodo, diodos, transistores (38,4%) na indústria de transformação.
Caíram as importações de arroz com casca, paddy ou em bruto (-79,3%), soja (-35,7%) e matérias vegetais em bruto (-17,0%) na agropecuária; pedra, areia e cascalho (-24,1%), minério de ferro e seus concentrados (-99,7%) e gás natural, liquefeito ou não ( -5,7%) na indústria extrativa; produtos semi-acabados, lingotes e outras formas primárias de ferro ou aço (-91,4%), alumínio (-36,0%) e equipamentos de telecomunicações, incluindo peças e acessórios (-13,9%) na indústria de transformação.
No acumulado de janeiro a maio de 2022, aumentaram as importações de pescado inteiro vivo, morto ou refrigerado (50,7%), trigo e centeio não moídos (9,4%) e cevada não moída (55,5%) na agropecuária; carvão, mesmo em pó, mas não aglomerado (175,4%), óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos crus (109,1%) e gás natural, liquefeito ou não (165,7%) na indústria extrativa ; óleos combustíveis de petróleo ou de minerais betuminosos (exceto óleos brutos) (90,7%), adubos ou fertilizantes químicos (exceto fertilizantes brutos) (176,2%) e válvulas e tubos de vácuo, de cátodo frio ou foto-cátodo, diodos, transistores (54,8%) na indústria de transformação.
Houve diminuição nas compras de arroz com casca, paddy ou em bruto (-66,7%), produtos hortícolas, frescos ou refrigerados (-3,6%) e cacau em bruto ou torrado (-71,1%) na agropecuária; minério de ferro e seus concentrados (-79,1%), minérios de cobre e seus concentrados (-57,9%) e minérios de alumínio e seus concentrados (-48,5%) na indústria extrativa ; polímeros de cloreto de vinila ou de outras olefinas halogenadas, em formas primárias (-45%), equipamentos de telecomunicações, incluindo peças e acessórios (-9,5%) e plataformas, embarcações e outras estruturas flutuantes (-82,7%) na indústria de transformação.