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Um dos poucos produtos do Rio Grande do Sul que não tiveram bom desempenho no ano anterior foi o trigo, que registrou queda de 30,9% das exportações em relação a 2022 (Foto: Divulgação/Palácio Piratini)

Região Sul

Exportações do agro do RS batem recorde em 2023, com US$ 16,2 bi

Atualizado em: 23 de fevereiro de 2024 às 9:44
Cássio Lyra Enviar e-mail para o Autor

Crescimento em comparação à 2022 dá continuidade a série histórica no estado

As exportações do agronegócio do Rio Grande do Sul somaram US$ 16,2 bilhões em 2023, registrando uma alta de 0,1% na comparação com o ano anterior. O resultado é, pelo terceiro ano seguido, o maior valor nominal (sem considerar a inflação) da série histórica iniciada em 1997 e representa 72,7% das exportações totais do estado no ano. Os números foram divulgados nesta semana no boletim Indicadores do Agronegócio do RS, produzido pelo Departamento de Economia e Estatística, vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão.

Segundo o relatório, as vendas no quarto trimestre de 2023 atingiram US$ 4,1 bilhões, valor 7,9% menor em relação ao mesmo período do ano anterior. Apesar da queda, o resultado dos últimos três meses de 2023 foi o segundo melhor da série histórica.

Os dados em valores obtidos pelo agro no ano passado foram impulsionados, principalmente, pela recuperação importante nas vendas anuais da soja, que rendeu um total de US$ 6,3 bilhões, após a severa estiagem registrada em 2022.

Ainda que a produção da oleaginosa em 2023 também tenha sido afetada pela falta de chuvas, a colheita de 12,7 milhões de toneladas foi 35,9% superior à de 2022.

Outro destaque foi o aumento na comercialização do fumo (total de US$ 2,5 bilhões; +15,2%). As exportações atingiram em 2023 o maior valor nominal da série histórica, impulsionada ainda pela alta de 27,5% nos preços médios do fumo não manufaturado, principal produto do segmento.

No sentido oposto, os setores de carnes (total de US$ 2,6 bilhões; -7,1%), cereais (US$ 1,5 bilhão; -17,7%), produtos florestais (US$ 1,2 bilhão; -28,7%) e máquinas agrícolas (US$ 551,6 milhões; -3,0%) registraram queda nas vendas externas.

Segmentado

Principal cultura do agronegócio gaúcho, a soja teve seu desempenho nas exportações do ano sustentado pela alta nas vendas da soja em grão (total de US$ 4,05 bilhões; +22,6%) e do farelo de soja (total de US$ 1,80 bilhão; +22,2%), enquanto que o óleo de soja registrou queda (total de US$ 468,01 milhões; -39,8%).

No segmento de fumo e seus produtos, a alta registrada na exportação de fumo não manufaturado (total de US$ 2,29 bilhões; +15,1%) contrasta com a tendência de queda na produção interna.

No setor de carnes, a redução nas vendas foi motivada pelas quedas na carne de frango (total de US$ 1,45 bilhão; -3,9%) e na carne bovina (total de US$ 293,38 milhões; -33,8%), com redução ainda nos preços médios de todos os produtos do segmento.

Nos produtos florestais, a queda mais relevante foi registrada na celulose, principal do setor (total de US$ 832,63 milhões; -31,2%), afetada pela diminuição nos preços internacionais ao longo do ano, demanda mais fraca nos principais mercados, estoques elevados e também pela parada de 25 dias na principal planta de processamento de celulose do Rio Grande do Sul, realizada para modernização do espaço.

Nos cereais e derivados, o trigo – após um ano acima das expectativas em 2022, com safra recorde e vendas impulsionadas por conta do conflito entre Rússia e Ucrânia – registrou queda de 30,9% nas exportações (total de US$ 645,61 milhões).

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