Embarque de farelo de soja em Paranaguá: Exportações do agronegócio ultrapassam US$ 15 bi e batem recorde (crédito Cláudio Neves/Portos do Paraná/Divulgação)
Nacional
Exportações do agronegócio passam de US$ 15 bi, recorde para maio
Nova marca representa uma alta de 14,2% em relação ao mesmo mês em 2021
As exportações do agronegócio brasileiro caíram 12,6%, mas somaram US$ 15,11 bilhões em maio deste ano, com alta de 14,2% em relação ao mesmo mês do ano passado. Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), os preços médios dos produtos de exportação subiram, o que refletiu no aumento da entrada de receita, apontada como recorde pelo Governo Federal para o mês de maio.
Segundo o levantamento elaborado pela Secretaria de Comércio de Relações Internacionais do Mapa, a queda de 12,6% no volume de produtos exportados em maio, na comparação com o mesmo mês em 2021, pode ser explicada em função, principalmente, da diminuição das exportações de soja em grãos. Essa movimentação apresentou queda de 4,3 milhões de toneladas no mês passado frente a maio de 2021.
A participação relativa do setor nas exportações totais brasileiras alcançou 51% em maio.
Nos cinco primeiros meses deste ano, as exportações do agronegócio somaram US$ 63,62 bilhões (+29%), um recorde. A marca anterior para o período de janeiro a maio foi em 2021, quando as exportações registraram US$ 49,33 bilhões. O crescimento do valor exportado em 2022 ocorreu em função da alta do índice de preços dos produtos (+27,5%), com menor participação do volume embarcado (+1,2%). O agronegócio representou 48,4% das exportações totais brasileiras.
Setores
Os cinco maiores setores exportadores do agronegócio foram: complexo soja (53,9% de participação); carnes (14,8% de participação); produtos florestais (10,4% de participação); complexo sucroalcooleiro (4,4% de participação); e café (4,2% de participação).
O complexo soja registrou um valor recorde em maio, atingindo US$ 8,15 bilhões, superior aos US$ 7,67 bilhões de maio de 2021. Isso devido ao aumento médio de 39% nos preços de exportação dos produtos. Porém, as exportações de soja em grãos caíram 2,2%, chegando a US$ 6,56 bilhões. O volume exportado foi de 10,6 milhões de toneladas, 29% inferior em comparação a maio do ano passado, quando foram embarcadas 15 milhões de toneladas.
As exportações de carnes chegaram ao montante recorde de US$ 2,23 bilhões (+34,3%), em função do incremento das vendas externas de carne bovina e de frango. As vendas externas de carne bovina subiram 49,7% e alcançaram US$ 1,08 bilhão, com volume exportado de 176 mil toneladas (+17,5% ou +26,2 mil toneladas), enquanto o preço médio de exportação subiu 27,4%.
A China foi o maior comprador da carne bovina do Brasil. O país asiático adquiriu 96 mil toneladas em maio, volume 28,7 mil toneladas superior ao ano passado (67,3 mil toneladas). O crescimento desse volume exportado para a China suplantou as exportações brasileiras para outros países (+26,2 mil toneladas). Com isso, a China subiu a participação para 63,8% do valor total exportado pelo Brasil de carne bovina.
O complexo sucroalcooleiro foi o único dentre os cinco principais setores exportadores do agronegócio que apresentou redução nas vendas externas. O valor exportado caiu de US$ 848,23 milhões em maio de 2021 para US$ 659,28 milhões em maio deste ano (-22,3%). A queda ocorre em função, principalmente, da redução do volume exportado de açúcar (-36,4%). A produção brasileira de açúcar (safra 2021/2022) foi de 35 milhões de toneladas, 15% inferior na comparação com a safra da temporada 2020/2021.
O valor das exportações de açúcar foi de US$ 598,25 (-26,1%), com queda de 36,4% no volume exportado e aumento de 16,2% no preço médio de exportação. Em maio de 2022, os principais mercados importadores de açúcar foram: Argélia (US$ 103,04 milhões; +29,3%); Marrocos (US$ 82,43 milhões; +382,3%); Nigéria (US$ 67,49 milhões; +240,6%); Geórgia (US$ 65,41 milhões; +454,1%); e Canadá (US$ 62,73 milhões; +136,7%).
Já as exportações de álcool cresceram em volume (+14,7%) e preço (+37,7%), atingindo US$ 59,22 milhões (+57,9%). Poucos países importaram mais de US$ 1 milhão: Países Baixos (US$ 25,67 milhões; +5.066,7%); Estados Unidos (US$ 19,38 milhões; -30,4%); Reino Unido (US$ 8,03 milhões; praticamente não importou em maio de 2021); Coreia do Sul (US$ 3,31 milhões; não importou em maio de 2021).
Importações
As importações brasileiras do agronegócio somaram US$ 1,53 bilhão em maio de 2022 (+25,3%). Já no período de janeiro a maio deste ano, o Brasil importou US$ 6,62 bilhões em produtos do agronegócio (+6,2%). Os principais produtos foram: trigo (US$ 782,94 milhões; +10,1%); salmões frescos ou refrigerados (US$ 331,48 milhões; +52,2%); papel (US$ 329,52 milhões; -8,5%); malte (US$ 276,87 milhões; -4,1%); e óleo de palma (US$ 270,49 milhões; +24,4%).
Todos estes produtos observaram altas expressivas nos preços médios de importação em relação ao mesmo período observado em 2021: trigo (+18,4%); salmões frescos (+51,9%); papel (+60,3%); malte (+16,1%); e óleo de palma (+75,7%).
Brasil faz importação recorde de fertilizantes nos primeiros cinco meses do ano
As importações brasileiras de fertilizantes e adubos alcançaram valor e volume recordes para os cinco primeiros meses do ano: US$ 9,57 bilhões (+177,9%), e 15,22 milhões de toneladas (+16,1%). Os dados são da Secretaria de Comércio de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
As principais origens foram a Rússia (22,9% do total dos volumes importados), China (12,6%), Canadá (10,3%), União Europeia (10,1%), Marrocos (5,2%), Estados Unidos (4,4%) e Nigéria (4,4%). Houve alta de 139,4% nos preços médios.
Os principais produtos importados foram os fertilizantes potássicos – SH 3104 (35,5% do volume total em 2022); nitrogenados – SH 3102 (32,5%); compostos e misturas – SH 3105 NPK (24,4%); e os fosfatados – SH 3103 (7,6% do total).
Em maio último, as importações de fertilizantes somaram US$ 3,11 bilhões, com alta de 277,8% em relação a maio de 2021. O volume importado aumentou 56,7%, passando de 2,6 milhões de toneladas para 4,07 milhões de toneladas em 2022.
O principal fator responsável pelo incremento das importações de fertilizantes foi a elevação do preço médio de aquisição da tonelada, que subiu 141,2%, chegando a US$ 763,9 por tonelada.
Em maio de 2022, os cinco principais países fornecedores de fertilizantes para o Brasil foram: Rússia (US$ 881,10 milhões; 28,4% de participação); Canadá (US$ 373,09 milhões; 12,0% de participação); Marrocos (US$ 3646,60 milhões; 11,7% de participação); Estados Unidos (US$ 152,02 milhões; 4,9% de participação); e Omã (US$ 141,30 milhões; 4,5% de participação).