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A Araucária Nitrogenados S.A. (Ansa) havia sido fechada em 2020, e seus trabalhadores foram dispensados. Em julho deste ano, 215 ex-funcionários reiniciaram suas atividades. Foto: Ricardo Stuckert/PR

Região Sul

Fábrica de fertilizantes é reativada com investimento de R$ 870 mi

16 de agosto de 2024 às 7:02
Da Redação Enviar e-mail para o Autor

Presidente Lula participou da cerimônia de reabertura da unidade na cidade de Araucária

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou na quinta-feira (15) da retomada das atividades da fábrica de fertilizantes Araucária Nitrogenados S.A. (Ansa), empresa subsidiária da Petrobras, que receberá R$ 870 milhões em investimento para a reabertura. A unidade foi fechada em 2020, e seus trabalhadores foram dispensados.

No início de julho, 215 ex-funcionários da fábrica reiniciaram suas atividades, e a expectativa é que, durante o período de preparação para o retorno operacional, sejam gerados mais de 2 mil empregos. Após o retorno da produção, previsto para o segundo semestre de 2025, devem ser mantidos cerca de 700 empregos diretos.

Na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), localizada ao lado da Ansa no município de Araucária (PR), a Petrobras planeja investir R$ 3,2 bilhões até 2028, com a previsão de gerar 27 mil empregos diretos e indiretos. A unidade é responsável por aproximadamente 15% do mercado nacional de derivados de petróleo, atendendo principalmente aos estados do Paraná, Santa Catarina, sul de São Paulo e de Mato Grosso do Sul.

“A gente não está recuperando uma fábrica de fertilizante, a gente não está apenas fazendo um investimento de quase R$ 4 bilhões, a gente está cuidando de recuperar a autoestima desse país, o orgulho do povo brasileiro e o orgulho de a gente ser brasileiro, porque o trabalhador, o que vale para nós, é ter um emprego garantido, ter um salário justo e cuidar da nossa família com respeito”, disse Lula, lamentando a paralisação de investimentos em unidades da Petrobras nos últimos governos.

Mais cedo, em entrevista à Rádio T, do Paraná, Lula destacou a importância da fabricação de fertilizantes no Brasil para reduzir a dependência da importação desses insumos. “Uma fábrica de fertilizante num país que tem um potencial agrícola gigantesco e no estado como o Paraná, que tem uma produção agrícola muito forte, você parar de fazer fábrica de fertilizante para produzir nitrogenados, para produzir ureia, é uma coisa uma coisa impensável”, disse Lula.

“É irresponsabilidade a gente não ter em conta que o Brasil não pode importar 90% dos insumos que nós precisamos, para fazer com que a nossa agricultura seja o potencial que é hoje, então nós estamos recuperando isso”, acrescentou o presidente na entrevista.

Os fertilizantes nitrogenados, como a ureia, são amplamente utilizados pelo setor agrícola no Brasil, sendo essenciais para o fornecimento de nutrientes para as plantações. A base de produção da ureia é a amônia, que é obtida pela combinação entre hidrogênio e nitrogênio. O hidrogênio é proveniente do gás natural.

O Brasil consome 8% da produção mundial de fertilizantes, estimada em 55 milhões de toneladas, mas importa 85% do insumo utilizado pelo agronegócio. A Ansa tem capacidade de produção de 720 mil toneladas de ureia por ano, o que representa 8% do mercado local.

De acordo com a Petrobras, o Plano Estratégico 2024-2028 da empresa prevê um total de R$ 60 bilhões em investimentos na expansão do parque de refino de petróleo no Brasil e cerca de R$ 6 bilhões em fábricas de fertilizantes.

Lava Jato

Durante seu discurso, Lula se emocionou ao falar do orgulho que sente ao vestir a camisa da Petrobras, que usava no evento. A companhia foi o principal alvo da Operação Lava Jato, que tinha como objetivo combater a corrupção no setor de petróleo e gás no Brasil durante os governos do PT. No entanto, a operação teve um impacto negativo na economia brasileira e deixou o desafio da reconstrução dos setores.

“Muitas vezes, eu ficava deprimido e chorava quando eu ficava sabendo de notícia de companheiros trabalhadores da Petrobras que entravam em restaurante para comer ou entrava em bar e, muitas vezes, era chamado de ladrão, porque eles conseguiram criar no imaginário daqueles que não gostam de nós a ideia de que todo mundo na Petrobras era ladrão, inclusive aqueles que eram responsáveis pela grandiosidade da Petrobras, que são os seus trabalhadores”, disse Lula.

 

 

 

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