dólar está relacionado ao mercado externo, em especial às declarações do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)
Nacional
Fernando Haddad descarta alta do IOF e defende câmbio flutuante
Ministro da Fazenda atribui acomodação do dólar a fatores externos e reforça foco na base fiscal e na reforma tributária para 2025
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, negou na segunda-feira (6) a possibilidade de o Governo Federal aumentar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para conter a alta do dólar. Segundo ele, o câmbio está passando por uma “acomodação natural” no início do ano.
“Tem um processo de acomodação natural [do câmbio]. Houve um estresse no fim do ano passado no mundo todo e aqui também no Brasil”, afirmou Haddad, após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tratar do atraso no Orçamento de 2025.
Para o ministro, o recuo do dólar está relacionado ao mercado externo, em especial às declarações do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, que, segundo Haddad, “moderaram propostas feitas ao longo da campanha eleitoral”.
“É natural que as coisas se acomodem, mas não existe discussão sobre mudar o regime cambial no Brasil e nem de aumentar imposto com esse objetivo”, destacou Haddad. Ele reforçou que o Governo está focado na recomposição da base fiscal com propostas que já estão em tramitação no Congresso, sem recorrer ao IOF para elevar a arrecadação.
Atualmente, o Brasil opera em regime de câmbio flutuante, com intervenções do Banco Central em momentos de disfuncionalidade do mercado.
Reforma tributária
Haddad também comentou sobre a segunda fase da reforma tributária, que prevê mudanças no Imposto de Renda. Ele afirmou que a proposta de ampliar a faixa de isenção para R$ 5 mil, com a introdução de uma alíquota na fonte para rendimentos acima de R$ 50 mil, será discutida somente após as eleições dos novos presidentes da Câmara e do Senado e a aprovação do Orçamento de 2025 pelo Congresso.
“Nossa prioridade neste momento é a votação do Orçamento”, disse o ministro. “Mas a discussão [sobre o Imposto de Renda] está programada para 2025 e ela tem de acontecer em 2025”, completou.
Em dezembro, durante um encontro com jornalistas, Haddad explicou que “inconsistências” nos modelos estatísticos da Receita Federal sobre o Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) atrasaram o envio do projeto ao Congresso. Ele informou que espera receber nesta segunda-feira as atualizações necessárias da Receita para dar continuidade aos ajustes.