A questão do Ferrogrão foi abordada durante o painel do Centro-Oeste Export que discutiu as conexões terrestres entre os polos de produção agropecuária e os portos marítimos (Foto: Luciano Ohya/Grupo Brasil Export)
Centro-Oeste Export
Ferrogrão é fundamental para desenvolvimento do Centro-Oeste
Discussão foi um dos temas do fórum regional promovido pelo Grupo Brasil Export no Estado de Goiás
Especialistas avaliam que a Ferrogrão, modal que vai formar um corredor de exportação do Brasil pela Bacia Amazônica, na Região Norte do país, é fundamental para o desenvolvimento da região Centro-Oeste. A ferrovia deve ter uma extensão de 933 km, conectando a região produtora de grãos do Centro-Oeste ao Porto de Miritituba, na margem direita do rio Tapajós, em Itaituba, no Pará.
A ferrovia foi assunto em um dos painéis realizados na sexta-feira (17), último dia do Centro-Oeste Export, realizado em Goiânia (GO). O painel discutiu as conexões terrestres entre os polos de produção agropecuária e os portos marítimos.
Participaram do painel o jornalista e diretor da Rede BE News, Leopoldo Figueiredo, o secretário de infraestrutura do Estado de Goiás, Pedro Sales, o diretor de desenvolvimento e gestão portuária do Complexo Industrial e Portuária de Suape, Rinaldo Lira, o deputado federal e vice-presidente de mobilidade urbana da Frente Parlamentar Mista de Logística e Infraestrutura (Frenlogi), Rubens Otoni (PT), e o presidente da Federação Interestadual das Empresas de Transportes de Cargas (Fenatac), Paulo Afonso Lustosa.
“Estamos ansiosos para a Ferrogrão conectar os portos do Arco Norte, bem como recuperar a malha vermelha, que faz escoamento da produção goiana pelo sudoeste. Mas, hoje, é mais fácil ainda escoar pelo Sudeste”, afirmou Pedro Sales.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), prorrogou por mais 90 dias a suspensão do processo referente à construção da Ferrogrão, na quarta-feira, dia 15.
Essa é a segunda vez que o ministro estende o prazo estabelecido em maio do ano passado para a conclusão dos estudos sobre a Ferrogrão. Contudo, Moraes afirmou que desta vez o prazo é “improrrogável”.
Em maio de 2023, o magistrado encaminhou a discussão sobre a construção da ferrovia para conciliação judicial. A controvérsia envolve os direitos dos indígenas que seriam afetados pelo projeto. O caso chegou ao Supremo por meio de uma ação movida pelo PSOL, que questionou o descumprimento de medidas ambientais. A ação questiona a constitucionalidade da Medida Provisória 758 de 2016, posteriormente convertida na Lei 13.452 de 2017, que modificou os limites do Parque Nacional do Jamanxim (PA). Dos 933,2 km de extensão da ferrovia, 53 km atravessam o parque nacional.
“O objetivo é que a Ferrogrão saia do papel, mas por enquanto é preciso buscar alternativas. Nesse momento, temos muito mais capacidade de diálogo entre os setores produtivos e o Governo”, disse o deputado Rubens Otoni.