Os picos de caminhões entrando no pátio diariamente tem alcançado a média de 1,5 mil veículos (crédito: Claudio Neves/Portos do Paraná)
Região Sul
Exportação de milho aumenta fluxo de caminhões em Paranaguá
Terminais já receberam 5,7 mil caminhões carregados com 221,3 mil toneladas de milho em grãos e outros 768, com 29,3 mil toneladas de farelo de milho
Mais de 36,9 mil caminhões descarregaram granéis sólidos para exportação no Porto de Paranaguá (PR) entre os dias 1º e 24 deste mês. O volume já é superior à frota registrada na totalidade do mês no ano passado. Segundo a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (APPA), do dia 1º até o último dia 24, 36.901 veículos descarregaram grãos nos terminais paranaenses. No ano passado, durante os 31 dias do mês, 33.994 caminhões passaram pelo pátio de triagem.
O milho em grão e em farelo (DDGS) puxam o volume de cargas recepcionadas neste mês em comparação com o mesmo mês do ano anterior. Enquanto em julho de 2021, nenhum caminhão ainda havia dado entrada no Pátio de Triagem do Porto de Paranaguá com os dois produtos, neste ano os terminais já receberam 5.707 caminhões carregados com 221.333,5 toneladas de milho, principalmente do Paraná. Outros 768 caminhões chegaram com 29.328,62 toneladas de DDGS (farelo de milho). Esse último com origem no estado de Mato Grosso (MT).
O diretor-presidente da APPA, Luiz Fernando Garcia, atribui o crescimento da movimentação de caminhões ao incremento da produção de milho da nova safra. “Neste ano, os embarques de milho voltaram a se comparar aos de 2019, quando as exportações do produto foram recorde nos portos brasileiros”, afirmou.
Garcia lembrou que, em relação aos anos anteriores (2020 e 2021), “temos que lembrar que a safra de milho sofreu quebra e a queda na produção significou menor volume embarcado. Foi quando, ao contrário, tivemos até volumes de importação do produto”.
Conforme avança a colheita do milho no campo, principalmente do Paraná — onde já passa de 30% da área —, a chegada do produto no porto vai se intensificando. Os picos de caminhões entrando no pátio diariamente têm alcançado a média de 1,5 mil caminhões/dia. “Em dia de maior movimento, neste mês, chegou a 2 mil caminhões, em 24 horas”, informou a APPA.
Garcia atribui o crescimento nos embarques de milho ao aumento da demanda pelo cereal no mercado externo. Ele observou que a guerra na Ucrânia abriu mercado ao grão brasileiro a partir de março. “Devido ao conflito, o país — que costuma exportar milho pelo Mar Negro, nessa época do ano — não consegue embarcar. Assim, os países têm que buscar o milho em outras origens, entre essas o Brasil, pelos portos do Paraná. Como o país tem estoque, os preços estão bons, ou seja, com demanda e com oferta, o Brasil entrou nesse ‘share’ de mercado”, destacou.
No entanto, o diretor-presidente da APPA enfatizou que o Paraná também enfrenta deficit de armazenagem de grãos. “Temos a necessidade de mais espaço para receber a nova safra, que está tendo bom resultado”, afirmou.
Perguntado sobre possível gargalo logístico em razão do aumento da circulação de caminhões no porto, Garcia disse que “quanto à intensificação do movimento na chegada de caminhões, essa recepção tem sido feita de maneira organizada”.
“O pátio público de triagem do Porto de Paranaguá atende os caminhões que chegam para descarregar milho, soja e farelos em 14 terminais. Todos esses recebem cotas diárias. Essa logística de recebimento das cargas é pensada com total organização e controle. Só ‘descem’ até Paranaguá caminhões agendados, cadastrados, no Interior. Existem janelas de agendamento e controle do fluxo de veículos através dessas cotas diárias, dentro do sistema chamado ‘Carga On Line’. Atuamos atentos à performance de cada terminal. Esse controle é feito por um “medidor” de produtividade, que avalia a capacidade de descarga de cada terminal e, com base nisso, controla o cadastro dos caminhões para cada um”, explicou.
Expectativa
O diretor-presidente da APPA disse que é esperado um aumento significativo no volume de milho para exportação, no período de julho a setembro. A expectativa é embarcar 2.071.000 milhões de toneladas do cereal neste terceiro trimestre — 3.256% a mais que o embarcado no período em 2021 (61.709 t).