A cerimônia de assinatura da emenda ao Memorando de Entendimento foi realizada durante a COP27, no Egito. Crédito: Ascom Casa Civil/Governo do Ceará
Região Nordeste
Fortescue reafirma compromisso de instalar usina de H2V em Pecém
Em junho deste ano, o governo do Estado já havia assinado um pré-contrato com a empresa australiana
A Fortescue, empresa de minério de ferro australiana, assinou na quarta-feira (9), durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP27), no Egito, uma emenda ao Memorando de Entendimento – assinado em primeira versão em junho deste ano – que reafirma a intenção da companhia em instalar uma usina de Hidrogênio Verde (H2V) no Porto do Pecém (CE).
O aditivo prioriza os estudos de viabilidade do projeto da companhia para Pecém, em curso há um ano e meio. No documento, o estado do Ceará também reitera os esforços para incentivar investimentos de grande escala que permitam o desenvolvimento de um hub de H2V no complexo e a segurança jurídica, além de apoiar a disponibilização de terrenos para o projeto, inclusive para abrigar linhas de transmissão e subestações de acesso de conexão da rede.
Se sair do papel, a usina deverá gerar 2.500 empregos na fase de construção e 800 durante a operação da unidade, que terá investimento de US$ 6 bilhões de dólares.
Representaram o país durante a cerimônia de assinatura a governadora do Ceará, Izolda Cela; o presidente do Complexo do Pecém, Danilo Serpa; o secretário executivo da Casa Civil, Célio Fernando Melo; a secretária executiva da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Trabalho, Roseane Medeiros; o Assessor de Assuntos Internacionais, César Ribeiro; além do presidente e fundador da Fortescue, Andrew Forrest, e o presidente da FFI América Latina, Agustín Pichot.
“Essa assinatura é algo que nos deixa muito entusiasmados. O Complexo do Pecém tem muito potencial, uma vez que, além de ter o Porto de Roterdã como parceiro, tem um terminal portuário de classe mundial e uma zona de processamento de exportação que foi a primeira a operar no Brasil”, declarou Danilo Serpa.
A governadora destacou os esforços do Estado para fazer parte do movimento mundial de transição energética. “É uma planta muito robusta, de uma empresa que tem um potencial muito grande e está engajada na transição energética. Isso vem fortalecer toda uma ação sistêmica que o Estado está fazendo para se colocar nesse movimento de ser a casa do Hidrogênio Verde. Temos potencial para isso, tanto da natureza como de nossa infraestrutura”, citou Izolda Cela.
Agustín Pichot, presidente da Fortescue Latin America, disse que está satisfeito em continuar trabalhando “em conjunto com o governo do Ceará e as autoridades do Porto do Pecém. Nossa colaboração contínua será vital para avançar no desenvolvimento de uma indústria de hidrogênio verde e tornar o Projeto FFI Pecém uma realidade”, concluiu.
HUB DE H2V
Desde que o hub de Hidrogênio Verde do Ceará foi lançado, em fevereiro de 2021, já foram assinados 24 Memorandos de Entendimento com empresas que pretendem produzir hidrogênio verde e seus derivados no Complexo do Pecém.
O projeto da Fortescue é um dos mais adiantados e será alimentado por Contratos de Compra de Energia Renovável (PPAs) para a produção de hidrogênio verde e outros produtos verdes. A água utilizada no processo de eletrólise será proveniente de uma nova usina de dessalinização ou reúso de água.
Atualmente, o projeto está em fase de viabilidade, onde estão sendo realizados estudos de engenharia, impacto ambiental e social para identificar oportunidades viáveis de produção de hidrogênio verde na região, protegendo a biodiversidade e garantindo oportunidades para as comunidades locais, segundo a CIPP SA, que administra o complexo.